Com estruturas inchadas e lucratividade em baixa, bancos e empresas estatais tentam se reestruturar para não ter que pedir socorro ao governo federal. Sendo assim a Caixa Econômica Federal abriu hoje um plano de demissão voluntária (PDV), para cortar 10mil postos de trabalho e economizar até 1,8 bilhões de reais nos próximos anos. A estratégia é cortar custos e ganhar eficiência.

O comunicado enviado pela Caixa aos funcionários informa que a adesão vai de 7 a 20 de fevereiro. Podem aderir ao plano aposentados pelo INSS ou que estejam aptos a se aposentar pelo INSS, funcionários com no mínimo 15 anos de trabalho na Caixa ou que tenham adicional de incorporação de função de confiança até a data de desligamento.

Para quem quiser aderir, o banco oferece como incentivo o pagamento de 10 remunerações-base do empregado, limitado ao valor de R$ 500 mil. O valor será pago em uma única parcela, junto com as verbas rescisórias.

O principal desafio do banco em 2017 é melhorar a eficiência, reduzindo despesas e aumentando a geração de receitas. O banco também monitora o desempenho de cem agências deficitárias.

Desde 2010, a Caixa abriu 1.329 agências. A análise da direção do banco é que não se faz mais necessária toda essa estrutura, ainda mais com a mudança dos hábitos dos clientes, que cada vez mais optam pelos serviços pelo computador ou pelo smartphone. Portanto é preciso enxugar.

"Esse é mais um turbilhão de demissões no cenário estatal. Se unirmos a Caixa Econômica, Banco do Brasil e os Correios, que tem PDVs em andamento para 2017, teremos quase 30 mil funcionários desligados até o fim do ano. Infelizmente é a crise se prolongando e sugando postos de trabalho", declara Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, anunciou que o processo de adesão ao programa de demissão voluntária (PDV) dos funcionários do bancos será aberto nesta terça-feira (7). Segundo Occhi, o objetivo é alcançar no máximo 10 mil funcionários, dentre os cerca de 30 mil que trabalham atualmente na empresa.

Com o objetivo de cortar gastos, a saída dos servidores do banco pode gerar uma economia de cerca de R$ 1,8 bilhão somente no ano de 2018. De acordo com Occhi, porém, esse valor só será atingido se o limite de 10 mil funcionários for alcançado.

"À medida que forem sendo feitas as inscrições, vamos enquadrá-los [os funcionários] em todas as regras. O limite é 10 mil, pode ser 6 mil, 7 mil, mas nosso limite é 10 mil de um público, um universo de cerca de 30 mil", disse.

Segundo o presidente da Caixa, a orientação do ministério do Planejamento é fazer a escolha com base em critérios. Ele informou que, até o fim do dia. uma nota à imprensa será divulgada com mais detalhes do plano, mas adiantou que, entre os "elegíveis", estão "aposentados ou não", com, no mínimo, 15 anos de casa".

 

Eficiência

O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, colocou como principal desafio do banco em 2017 melhorar a eficiência, reduzindo despesas e aumentando a geração de receitas. O banco também monitora o desempenho de cem agências deficitárias.

A Caixa foi usada nos últimos anos pelo governo do PT como locomotiva do crédito no País, estratégia para impulsionar a atividade econômica. Dessa forma, a instituição conseguiu aumentar sua participação no mercado, mas essa expansão do crédito também provocou efeitos colaterais, como o aumento do nível de calotes.

O alto número de agências deficitárias também é consequência dessa política. Desde 2010, a Caixa abriu 1.329 agências. A análise da direção do banco é que não se faz mais necessária toda essa estrutura, ainda mais com a mudança dos hábitos dos clientes, que cada vez mais optam pelos serviços pelo computador ou pelo smartphone.

Um empecilho para o fechamento das agências é o fato de as unidades serem usadas para o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família, mas a avaliação é de que esse serviço poderia ficar restrito às casas lotéricas. O banco tem atualmente 4,2 mil agências e pontos de atendimento e 25 mil correspondentes Caixa Aqui e Lotéricos.