"Medidas provisórias 664 e 665, que alteram os direitos trabalhistas e previdenciários e prejudicam 8 milhões de trabalhadores".

Cerca de 600 sindicalistas se reuniram na última segunda-feira (02), para protestar contra a entrada em vigor das mudanças no seguro-desemprego, em frente ao prédio da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho, na Rua Martins Fontes, região central da cidade. Os sindicalistas pedem a revogação das medidas provisórias 664 e 665, que alteram os direitos trabalhistas e previdenciários, como seguro desemprego, abono salarial, auxílio-doença, seguro-defeso, auxílio-reclusão e pensão por morte.

Com bandeiras, balões e discursos, os protestos começaram por volta das 10h30, quando o trânsito foi bloqueado, entre a Rua Álvaro de Carvalho e a esquina da Rua Major Quedinho, e só acabou às 11h50 com o trânsito novamente liberado na região.

Quase duas horas depois de iniciadas as manifestações, o superintendente regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antônio Medeiros, recebeu dos lideres sindicais uma série de propostas contrárias as MPs e prometeu encaminhar suas propostas para Brasília. Medeiros demonstrou-se sensibilizado com as reinvindicações das centrais.

Falando aos manifestantes, Medeiros disse ver espaço para negociação das medidas provisórias 664 e 665, mas que também existe fraudes e não há como negar. "Se eu não estivesse sentado nesta cadeira, estaria com vocês nas ruas", afirmou o superintendente que fez questão de deixar claro que não representava o governo.

Medeiros aproveitou a oportunidade para apresentar um proposta informal para coibir as fraudes no seguro-desemprego, com a criação da lei que exija que as demissões de empregados que estão há menos de um ano na empresa, também precisem ser homologadas pelo sindicato ou o ministério. Hoje, somente funcionários com mais de um ano de empresa têm a demissão homologada.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que essas medidas provisórias precisam ser revogadas e que vai lutar por isso. "São 8 milhões de trabalhadores prejudicados", disse ele.

Posição do SINCAB

Para o presidente do SINCAB, a conta dos reajustes para reduzir o déficit fiscal não pode ser transferida para o trabalhador. “Essas mudanças nos preocupa muito. Nós do SINCAB não podemos aceitar nenhuma redução de direitos. Queremos que o Congresso atue na defesa de uma agenda positiva voltada para a preservação dos direitos e conquistas da classe trabalhadora. O SINCAB faz coro com as centrais sindicais na defesa dos interesses da classe trabalhadora, e não permitiremos esse massacre, finalizou Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

Canindé Pegado, presidente do SINCAB, afirmou ainda, que vai participar das reuniões no Congresso Nacional, fortalecendo a luta no sentido de que as medidas provisórias 664 e 665 sejam retiradas, por conta do grande impacto negativo para os trabalhadores em TV por assinatura e demais trabalhadores brasileiros.