No primeiro semestre, a taxa de desemprego atingiu 6,5% na região. Relatório diz que devem aumentar emprego informal e por conta própria.

O desemprego urbano na América Latina e no Caribe subirá a 6,6% em 2015, acima do apurado no ano passado, devido aos efeitos da desaceleração econômica da região,  revela o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado na última terça-feira (27) em Santiago.

A Cepal e a OIT disseram que a desemprego aumentará em 0,6 ponto percentual em comparação com 2014, diante da contração econômica da região estimada em 0,3%, pressionada pelo fraco desempenho do Brasil.

"A atual tendência regional de desaceleração econômica é preocupante, já que reduz os espaços para avançar na diminuição da pobreza e da desigualdade, duas importantes conquistas da região a partir do início da década passada", disseram as duas entidades em um documento.

"Somente com políticas claras e desenvolvimento produtivo a região será capaz de superar o contexto adverso que atualmente dificulta a expansão e gerar mais e melhores empregos para a inserção produtiva de sua força de trabalhol", disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

No primeiro semestre de 2015, a taxa de desemprego atingiu 6,5% na região, pressionada por nova queda nos níveis de ocupação e crescente aumento do número de pessoas em busca de emprego, contra os 6,2% do mesmo período do ano anterior.

Neste contexto macroeconômico e laboral, advertiram que é provável que em muitos países aumente o emprego informal, sobretudo por conta própria, para tentar compensar a falta de oportunidades de trabalhos produtivos e de qualidade.

Segundo o relatório, a tendência atual de recessão na região reduziu os espaços para avançar na diminuição da pobreza e da desigualdade.

 

Ranking

Os países que registraram maior desemprego no primeiro semestre deste ano foram Jamaica (13,7%), Bahamas (12,2%), Colômbia (10,3%), Belize (10,1%) e Costa Rica (10%).

Abaixo dos dois dígitos estão Paraguai (7,6%), Uruguai (7,6%), Peru (6,9%), Argentina (6,9%), Chile (6,3%), Brasil (6,2%), Panamá (6%), Equador (5,2%) e México (5,1%).

Países como Bolívia, Cuba, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Venezuela não publicaram seus números para a elaboração do relatório.

 

Pequenas empresas

O documento também comparou o desempenho laboral dos diferentes tipos de empresas e concluiu que a evolução positiva dos mercados trabalhistas entre 2003 e 2013 incluiu tanto as pequenas e médias empresas como as grandes companhias.

A Cepal e a OIT destacaram que no contexto atual as microempresas poderiam voltar a jogar, junto com o trabalho autônomo, o papel de grandes geradores de emprego.

"Para evitar que estes empregos sejam de baixa produtividade e qualidade, a região deve aumentar os esforços para remover obstáculos e criar um ambiente propício para o crescimento e o desenvolvimento, especialmente das médias empresas", sugeriu o relatório.