Balanço foi divulgado no 20º aniversário do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM). 95% dos trabalhadores são homens e maioria 23,6% veio do Maranhão, 83% tinham entre 18 e 44 anos e 33% eram analfabetos, enquanto que 39% tinham chegado somente até a quarta série.

Neste 13 de maio, o Brasil comemora a Abolição da Escravatura. Foi neste dia, em 1888, que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil. Mas, 127 anos depois, o país ainda convive com o trabalho análogo ao de escravo. 

Em cerimônia que celebra o aniversário do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), o Ministério do Trabalho informou, nesta quarta-feira (13), que quase 50 mil trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados nos últimos 20 anos.

Somente em 2014, 1.674 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados no Brasil. Até maio de 2015, 419 pessoas já foram retiradas de estabelecimentos pelo mesmo motivo.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse durante a cerimônia, que foram quase 50 mil trabalhadores em situação análoga à escravidão resgatados, e que a eles têm de ser oferecidas condições dignas de trabalho."Para evitar que se repita esse ato vergonhoso para a sociedade, temos de dar e eles condições de Educação, conhecimento, de acesso à qualificação profissional, de ter acesso à condições para não precisar mais se humilhar e se submeter à vontade dos poderosos. Temos de ter ferramentas e ações concretas", disse  Manoel Dias.

 

Perfil dos Resgatados

De acordo com números do Ministério do Trabalho, 95% dos trabalhadores resgatados nos últimos 20 anos pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel são homens, 83% tinham entre 18 e 44 anos e 33% eram analfabetos, enquanto que 39% tinham chegado somente até a quarta série. A maioria (23,6%) veio do Maranhão. Outros 9,4% são provenientes da Bahia, enquanto que 8,9% vieram do Pará. Minas Gerais (8,3%), Tocantins (5,6%), Piauí (5,5%) e Mato Grosso (5,5%) completam o ranking. Ainda de acordo com o governo, 29% trabalhavam na pecuária, 25% com cana-de-açúcar, 19% com outras lavouras, 8% com carvão, 5% com construção, 5% com desmatamento, 3% com reflorestamento, 1% com mineração, 1% com confecção e outros 1% com extrativismo.