Realidade em países desenvolvidos, o IPTV ainda engatinha no Brasil. Entretanto, com o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), provedores de Internet agora podem oferecer o serviço de TV paga transmitida via rede IP com preços cada vez mais acessíveis.

Para o engenheiro de telecomunicações da Motorola Mobility, Carlos Cunha, a tecnologia permite justificar o investimento em redes fiber-to-the-home (FTTH). "Quando se pensa numa casa com duas HDTVs, um set-top box (para assistir e gravar) e acessos de segunda tela, posso estar falando em cinco ou seis streamings simultâneos e isso gasta muita banda. Por isso é necessário ter fibra", explicou ele durante a Conferência para Provedores nesta terça-feira, 5, em São Paulo.

 

"O mundo está migrando para IP e a vantagem é que os provedores de Internet sempre estiveram no IP", diz. Cunha lembra que os provedores de TV a cabo também estão migrando para a nova tecnologia. "Ainda não é eficiente porque (a compressão) MPEG é mais barata, mas com o tempo a tendência é unificar e fazer tudo por IP". Ele destaca a utilização de sistemas com padrões abertos, que permitem a integração entre equipamentos de vários fabricantes. No entanto, ele critica o Mediaroom, solução da Microsoft adotada no Brasil pela Telefônica/Vivo e Oi. "Eles optaram por uma solução mastigada, pronta, mas ela não tem muita flexibilidade".

Uma opção moderna para espalhar o sinal do IPTV na casa é a substituição do uso interno de cabos RF por Wi-Fi, com uma tecnologia dedicada, mas na frequência de 5 GHz que o executivo garante que não interfere em conexões domésticas. "Ele funciona mais como uma bridge. Tem alguns modelos de set-top que já possuem o receptor Wi-Fi. Mas ele está dedicado, e a conexão MIMO 4x4 evita a perda de pacotes. É um chipset da Quantenna que tem resolvido esses buracos".

Perda de pacotes é o demônio

O executivo da Motorola Mobility alerta para a necessidade de negociações com provedores de conteúdo, tanto para broadcast quanto para vídeo on-demand, e para a manutenção da infraestrutura, com atenção até mesmo a aspectos básicos como limpeza de antena. "Existem também provedores de conteúdo que dispensam o satélite, enviando direto via fibra", lembra.

Mas o principal desafio para os provedores, na visão de Cunha, é oferecer acesso à rede sem latência ou ruído. "A perda de pacotes é o demônio para o IPTV, é pior do que a velocidade em si. Porque se tiver perda de pacotes, terei problema na qualidade do sinal", declara. "A qualidade de serviço para vídeo tem de ser fundamental para a retenção do cliente, é a experiência do usuário".

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