Telefonia concentrou mais casos em 2013 | Getty Images

Em 2013, foram registradas 2,2 milhões relacionadas a roubo de identidade, alta de 3,04% com relação ao ano anterior

Em 2013, foram registradas 2,2 milhões de tentativas de fraude contra consumidores no Brasil, de acordo com Indicador da Serasa Experian divulgado nesta terça-feira (28).

O número equivale a uma tentativa de fraude a cada 14,5 segundos no País. O resultado atingiu o recorde histórico do indicador, que teve alta de 3,04% em comparação a 2012, no qual foram registradas 2,1 milhões de tentativas.

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Com relação a 2011, quando houveram 1,9 milhão de tentativas, a alta de 12,39%. Com relação a 2010, ano no qual foram registradas 1,8 milhão, o aumento foi de 17,56%.

O indicador trata de roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para firmar negócios sob falsidade ideológica ou mesmo obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos.

Telefonia tem mais registros

O setor de telefonia respondeu pelo maior número de registros em 2013, com 951,3 mil, um total de 43,16% das tentativas de fraude registradas no ano. Esse número representa uma alta de 26,08% em relação a 2012, de 85,07% em relação a 2011 e 107,42% em relação a 2010.

Já o setor de serviços – que inclui construtoras, imobiliárias, seguradoras e serviços em geral (salões de beleza, pacotes turísticos etc.) – teve 55,5 mil registros, equivalente a 29,85% do total. Em relação a 2012, houve queda de 11,85%. Já em comparação com 2011, o setor viu queda de 0,02% e, em comparação a 2010, alta de 14,01%.

O setor bancário é o terceiro do ranking no ano, com 399,3 mil tentativas, 18,12% do total. O setor observou alta de 1,89% em relação aos registros de 2012; mas queda de 20,24% em relação a 2011 e de 24,55% em relação a 2010.

Já o varejo registrou 160,6 mil tentativas de fraude contra o consumidor, 7,29% das investidas em 2013, mas alta de 62,64% em relação a 2011 e de 49,58% em relação a 2010. 

Cadastros na internet são principal problema

Segundo a Serasa, geralmente o golpista monta cadastros em páginas da internet sem idoneidade e segurança, onde captam informações pessoais dos consumidores.

Os golpistas costumam comprar telefone para ter um endereço e comprovar residência, por meio de correspondência. Desta forma, abrem contas em bancos para pegar talões de cheque, pedir cartões de crédito e fazer empréstimos bancários em nome de outras pessoas.

Entre as principais tentativas de golpe apontadas pelo indicador, estão

1 - Emissão de cartões de crédito

O criminoso solicita um cartão de crédito usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima e o prejuízo para o emissor do cartão.

2 - Financiamento de eletrônicos (Varejo)/ Compra de celulares

O golpista compra um bem usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a vítima.

3 - Abertura de conta

O criminoso abre conta em um banco usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima. Neste caso, toda a “cadeia” de produtos oferecidos (cartões, cheques, empréstimos pré-aprovados) potencializa possível prejuízo às vítimas, aos bancos e ao comércio

5 - Compra de automóveis

O golpista compra o automóvel usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima.Abertura de empresas: dados roubados também podem ser usados na abertura de empresas, que serviriam de ‘fachada’ para a aplicação de golpes no mercado.

Consumidor deve tomar cuidados

A Serasa Experian aconselha aos consumidores não fornecer dados pessoais para pessoas estranhas e não confirmar suas informações pessoais ou número de documentos por telefone, tomando cuidado com promoções ou pesquisas.

É indicado também não perder de vista documentos de identificação quando solicitados para protocolos de ingresso em determinados ambientes ou quaisquer negócios. Do mesmo modo, não deixar que atendentes de lojas e outros estabelecimentos levem cartões bancários para longe sob a desculpa de efetuar o pagamento.

É também necessário tomar cuidado ao digitar a senha do cartão de débito ou crédito na hora de realizar pagamentos, principalmente na presença de desconhecidos.

Outras cautelas a serem tomadas é não informar os números dos documentos quando preencher cupons para participar de sorteios ou promoções de lojas; e não realizar cadastros em sites que não sejam de confiança. Para isso, é necessário atenção a itens, como a presença do cadeado de segurança.

Também é necessário tomar cuidado com dados pessoais nas redes sociais que podem ajudar os golpistas a se passar pelo consumidor usando informações pessoais, e manter atualizado o antivírus do computador, diminuindo os riscos de ter dados pessoais roubados por arquivos espiões.

É necessário ainda evitar realizar qualquer tipo de transação financeira utilizando computadores portáteis conectados em redes públicas de Internet.

Como proceder após a fraude

Quando for vítima de roubo, perda ou extravio de documentos, é necessário se cadastrar gratuitamente na Serasa, que fará com que a informação fique disponível para o mercado.

Depois, o consumidor deve fazer um boletim de ocorrência. Assim, a cada consulta, o concedente de crédito será alertado de que se trata de documentos roubados, evitando que transações sejam realizadas.