"Infelizmente isso é Brasil. A gripe no Brasil acaba matando o cidadão duas vezes. Uma na hora que se contraí o vírus e outra no momento de pagar pelos medicamentos. O que era para ser um alívio para as pessoas, acaba sendo um martírio e um sofrimento. Tudo por causa de uma série de aproveitadores, que no auge da necessidade das pessoas aproveitam para assaltar a população, cobrando preços absurdos pelos medicamentos. Uma vacina que custava R$ 45 o ano passado, hoje custa R$ 215. Isso é uma barbaridade. O PROCON diz estar notificando hospitais e laboratórios do estado a prestarem esclarecimentos quanto ao aumento dos preços na imunização contra o vírus. Seria essa atitude suficiente? Não seria caso de polícia? Temos que acabar de vez com práticas dessa natureza. Temos de expurgar os empresários carniceiros e desonestos. Mas para isso precisamos de um governo forte o bastante, que não permita que a população seja constantemente aviltada em seus direitos, desabafa Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

Com a corrida por vacinas contra a gripe H1N1 em algumas regiões do país, instituições de saúde teriam até dobrado o preço do valor da vacina nos últimos dias. Após receber várias reclamações, o Procon-SP está notificando desde a última quinta-feira, hospitais e laboratórios do estado a prestarem esclarecimentos quanto ao aumento dos preços na imunização contra o vírus.

Uma das reclamações mencionadas pelo Procon-SP foi de uma mãe, que preferiu não se identificar, que levou um dos filhos para se vacinar, e dias depois, por questão de agenda, levou o outro filho e precisou desembolsar o dobro do preço pela vacina. De acordo com a autarquia, alguns estabelecimentos reajustaram os preços de R$ 120 para até R$ 215 por exemplo. No ano passado o valor era de, aproximadamente, R$ 45.

O Procon-SP esclareceu que não há um preço tabelado, mas que, com base no Código de Defesa do Consumidor, que veda aos fornecedores a prática de valores abusivos, as instituições terão que explicar o motivo do aumento e praticar um preço razoável. Após a notificação, os hospitais terão até dez dias para apresentarem justificativa. Comprovadas as irregularidades, as empresas serão penalizadas de acordo com o CDC. O Procon-SP, no entanto, ainda não divulgou o número de instituições notificadas até o momento. O órgão informou ainda que fiscais também estão inspecionando drogarias para verificar os preços dos remédios contra a gripe H1N1.