Apenas no mês de julho, o mercado de trabalho brasileiro fechou mais de 94 mil vagas, contabilizando o segundo pior mês da série histórica sem ajustes, iniciada em 1992. Os dados revelados pelo Ministério do Trabalho mostram a contínua deterioração do mercado de trabalho frente à recessão. Isso acaba afetando a economia de um país que já galgou a sexta colocação no ranking mundial.

"Em 2011, chegamos a alcançar o posto de sexta maior economia do mundo. Somos hoje a nona economia do mundo e estamos encolhendo. O tamanho da economia brasileira diminuiu mais de US$ 500 bilhões em um ano, para US$ 1,77 trilhão no ano passado a preços correntes. Nosso PIB caiu 24,6% na comparação com 2014 quando convertido para a moeda norte-americana. Levando-se em conta as estimativas do FMI para o valor do PIB de 189 países, fomos ultrapassados pela Índia e Itália. Por que estamos caindo? Na verdade estamos pagando por uma série de erros e ajustes que deveriam ter sidos corrigidos nos últimos anos. Agora a conta chegou acompanhada de uma recessão brutal, afetando toda a cadeia produtiva e punindo o trabalhador com o desemprego", explica Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O Brasil encerrou 94.724 vagas formais de emprego em julho, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (25), num resultado pior que o esperado pelo mercado e que reflete a contínua deterioração do mercado de trabalho em meio à recessão econômica.

Analistas consultados pela Reuters estimavam que o fechamento superaria a criação em 88 mil empregos no último mês, conforme mediana das expectativas.

O dado foi o segundo pior para o mês da série histórica sem ajustes, iniciada em 1992, superado apenas pela perda de 157.905 vagas observada em julho do ano passado.

No acumulado dos sete primeiros meses de 2016, foram fechados 623.520 postos de trabalho, desempenho mais fraco para o período na série ajustada, iniciada em 2002. Em doze meses, a perda líquida foi de 1,706 milhão de postos.

Em julho, os setores que mais fecharam vagas foram serviços (-40.140 empregos), construção civil (-27.718), comércio (-16.286) e indústria de transformação (-13.298).

O desempenho negativo ofuscou o crescimento observado no mês na agricultura (+4.253 postos) e na administração pública (+237).

Os dados no vermelho refletem o ambiente de profunda retração econômica, que afeta a confiança de empresários e famílias.

No segundo trimestre, a taxa de desemprego brasileira subiu a 11,3 por cento, renovando a máxima da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, iniciada em 2012.

A taxa nos três meses até julho será divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 30.

 

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