Se existe uma questão que todo brasileiro - honesto - preza é manter suas obrigações em dia. O problema é que ultimamente, devido aos ventos contrários da economia, muitos dos cidadãos estão sendo obrigados a atrasar o pagamento de algumas dívidas. Segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 46% dos inadimplentes não tem como quitar suas dívidas em atraso nos próximos três meses. As razões apresentadas pela maioria dos devedores têm origem na perda do emprego e diminuição da renda.

"Como sempre a causa já é uma velha conhecida nos dias de hoje. Um país com um mercado potencial de 200 milhões de consumidores, jamais deveria enfrentar uma turbulência recessiva como esta, sem empregos e sequer desenvolvimento. Já fomos a sexta maior economia do planeta, em 2011. Tudo bem que caímos algumas posições no ranking mundial, e hoje somos a nona economia do mundo. Mas temos potencial para nos levantarmos e com a firmeza necessária rumo aos primeiros da lista. Temos um mercado consumidor ávido por novos negócios, esperando somente uma retomada dos investimentos. Então, só precisamos de políticas públicas voltadas exclusivamente para atrair o desenvolvimento e trazer nossos empregos de volta", conclama Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Quase a metade (46%) dos inadimplentes não têm condições de pagar as dívidas em atraso nos próximos três meses, segundo o Perfil do Inadimplente Brasileiro, na quarta-feira (24).

O levantamento elaborado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou ainda que a perda do emprego é a principal razão para deixar de pagar as contas atrasadas, indicada por 28,2% dos consumidores.

Em seguida, vem a diminuição da renda, apontada como motivo do não pagamento por 14,8%, e a falta de controle financeiro, para 9,6%.

De acordo com a pesquisa, 61,2% dos entrevistados acreditam que a situação financeira pessoal piorou em comparação com o ano passado.

Para 24,4%, as dívidas são o principal motivo desta piora, enquanto 16,4% atribuem o agravamento dos problemas financeiros ao desemprego e 20,4% à queda na renda. O valor médio das dívidas é de R$ 3,5 mil.

A maioria dos devedores deixou de pagar parcelas de empréstimos bancários ou com financeiras (89,6%), prestações de cartões de loja (83,6%), dívidas contraídas no cartão de crédito (74,9%) e contas no crediário (68,7%).