O sonho da casa própria é uma realidade bastante factível no Brasil, se não fosse pelo fato de que o cidadão acaba enfrentando as restrições à concessão de financiamentos. Essa condição aliada a juros altos, desemprego e declínio na renda das famílias, tem levado a atual escassez de investimentos no setor da construção. O reflexo disso tudo, foi o fechamento de 31,1 mil postos de trabalho na construção civil somente no mês de julho deste ano em todo o país.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) revela ainda, que em todo o Brasil houve corte de 170,3 mil vagas nos primeiros sete meses de 2016, enquanto em 12 meses o saldo negativo chegou a 468,8 mil empregos.

"A recessão continua avançando e cada vez mais fazendo vítimas por todos os lados. A construção de moradias para a população é primordial para o desenvolvimento de uma nação. O que não podemos aceitar é as seguidas baixas de postos de trabalho, que desencadeia perdas exorbitantes para a economia e provoca um caos generalizado na vida das pessoas", enfatiza Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O segmento de construção civil fechou 31,1 mil postos de trabalho em julho em todo o País. Com isso, o setor encerrou o mês com 2,73 milhões de pessoas empregadas, uma queda de 1,13% em relação a junho.

Os dados fazem parte de pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).

Essa foi a 22ª queda consecutiva na quantidade de pessoas empregadas no setor, ou seja, a perda de postos de trabalho vem ocorrendo seguidamente desde outubro de 2014.

O desempenho negativo de julho foi puxado pelo Estado do Rio de Janeiro, onde houve fechamento de 11,3 mil postos no mês - o equivalente a 36% de todas as vagas cortadas no País.

Assim, o Estado terminou julho com 286,3 mil pessoas empregadas no setor, baixa de 3,82% em comparação com junho. Esse foi o maior recuo porcentual entre os Estados no mês.

O impacto se deve, em parte, pela conclusão das obras para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Em todo o Brasil, houve corte de 170,3 mil vagas nos primeiros sete meses de 2016, enquanto em 12 meses o saldo negativo chegou a 468,8 mil empregos.

No geral, a queda do nível de emprego na indústria da construção está diretamente associada a uma conjuntura econômica recessiva, analisa o presidente do Sinduscon-SP, José Romeu Ferraz Neto.

"Embora os empresários do setor estejam menos pessimistas em relação ao futuro desempenho das construtoras, a persistência dos juros altos, o desemprego, o declínio da renda das famílias e as restrições à concessão de financiamentos determinam a atual escassez de novos investimentos no setor", afirma, em nota distribuída à imprensa.

Romeu Ferraz cobra do governo federal sinalizações de que prosseguirá buscando reequilibrar as contas públicas sem deixar em segundo plano as medidas prometidas de reativação do setor.

Ele reivindica "a manutenção do Programa Minha Casa Minha Vida, o lançamento de 25 novas privatizações, a promessa de retomar 1.600 obras públicas paralisadas e o estudo para elevar o valor dos imóveis financiáveis pelo FGTS constituem uma sinalização positiva".

 

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