Se não é trágico, no mínimo é constrangedor saber que fechamos o ano de 2016 com números que faria qualquer sociedade no mundo ficar com vergonha. Não por culpa dos brasileiros, mas sim de por falta de gerenciamento e incapacidade dos governos. Estimulados a comprar em anos anteriores e agora sem poder pagar as dívidas, o país contabiliza hoje 60 milhões de pessoas com o nome sujo na praça, segundo o SPC e Serasa. Mais de 12 milhões de desempregados, inflação alta, renda em baixa e juros nas alturas (Selic em 13,75%).

Sem consumo, comércio e serviços caminham lentamente e a indústria desacelera a produção. Uma recessão brutal, seguida de 21 meses consecutivos de queda na atividade econômica. O PIB em queda. As anunciadas reformas - trabalhista e previdenciária -, se aprovadas como o governo quer tendem a retirar direitos adquiridos dos trabalhadores.

"Enfim, um ano trágico e sem precedentes na história do Brasil. Dias e dias sofridos por aqueles que viram suas economias virarem pó e o desespero tomar conta de suas vidas. Muitos perderam não só o emprego, como a esperança em um futuro melhor. Mas, 2017 está chegando e trazendo consigo o ano do Galo de Fogo, segundo o horóscopo Chinês. O galo está destinado a ser o guardião de 2017. Por conta disso, é esperado que esse novo ano seja repleto de coragem, honestidade e ambição, que são as características mais fortes desse animal. Portanto, vamos trabalhar e acreditar em dias melhores", conclama Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Existem hoje, no País, cerca de 12 milhões de desempregados. Some-se a esta catástrofe social, cerca de 60 milhões de brasileiros com o nome sujo na praça, segundo entidades como SPC e Serasa. São pessoas que foram estimuladas a comprar em anos anteriores e agora não têm como pagar as dívidas. Sem consumidor, o comércio e serviços se retraem e a indústria produz menos. Vivemos sete trimestres seguidos de queda na atividade econômica, recessão considerada por alguns como a mais severa da história do País.

No final do ano, o governo Michel Temer, fragilizado pelas delações da Odebrecht, lançou dois pacotes para oferecer crédito, reduzir juros, facilitar renegociações de dívidas, flexibilizar as relações trabalhistas e tentar tirar o País do buraco. Em que pese o caráter politicamente oportunista, são ações bem-vindas. Precisam, claro, vir acompanhadas de um ajuste fiscal para evitar que o País vá à bancarrota. O ajuste, por sinal, é a grande missão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fiador econômico de Temer.

Em 2016, pelo menos começamos a ver tramitar a reforma da Previdência. Ainda com vários pontos a serem aperfeiçoados, mas de fundamental importância para o País. A chamada PEC dos Gastos, aprovada em dezembro, também deve ajudar a colocar ordem nas contas públicas. A inflação, que passou de dois dígitos em 2015, começa a convergir para dentro da meta. Neste departamento de preços, porém, ninguém esquece que 2016 foi ano em que um quilo de feijão custou mais de R$ 15 no Brasil. Reflexo de questões climáticas.

 

PERNAMBUCO

Pernambuco sofreu ainda mais porque viveu um boom há seis anos, quando gozava de uma situação de quase pleno emprego. Nosso tombo em 2016 foi maior. A corrupção revelada pela Lava Jato paralisou diversas obras e, consequentemente, empregos foram ceifados. Porém, em meio a um turbilhão de notícias ruins, também há espaço para esperança. O Laboratório Aché anunciou um investimento de R$ 500 milhões; o Estaleiro Atlântico Sul, golpeado pela corrupção, conseguiu novas encomendas; Jeep, Grupo Petrópolis e Ambev aumentaram a capacidade produtiva; a Azul centralizou no Recife várias de suas operações.

Enfim, num ano ruim, são pequenos sinais positivos que nos fazem torcer para que o País, ao menos, pare de piorar.

 

Go to top
JSN Boot template designed by JoomlaShine.com