Está cada vez mais difícil cuidar da saúde no Brasil. Os reajustes dos planos de saúde particulares em todo o país estão provocando arritmia nos corações dos milhões de brasileiros. Aumentos abusivos nas mensalidades no ano passado, de 13,55%, ocorreu porque o reajuste autorizado pela ANS foi maior do que em ano anteriores e linear para todo mundo, segundo o IBGE.

Pelo 13° ano consecutivo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem praticando um teto para o reajuste dos planos de saúde individuais e familiares acima da inflação.

"Não dá para entender. São coisas que só acontecem no Brasil! Apesar de todos os esforços do governo em derrubar a inflação que já corrói profundamente o bolso do cidadão brasileiro e também atrapalha o desenvolvimento do país, algumas operadoras de planos de saúde insistem em andar na contramão colaborando através de aumentos abusivos para o descontrole inflacionário. Enquanto o governo passou 2016 tentando baixar as taxas de juros, essas empresas produziram o segundo maior impacto na taxa geral, contribuindo com 0,45% ponto percentual dos 6,29% do ano. Fica mais difícil ainda entender, como uma agência do próprio governo autoriza tamanha façanha. Esse é o chamado efeito desconstrutivo", assinala Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Apesar da desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2016, frente a 2015, as mensalidades dos planos de saúde subiram 13,55% no ano passado, o maior salto dos preços desde 1997. Na região metropolitana do Rio a alta foi semelhante, de 13,57%. O item foi o mais pressionou o grupo saúde e cuidados pessoais, que teve a maior alta acumulada no ano (11,04%) e o único dos nove grupos cujos preços subiram mais em 2016 do que em 2015.

Foi o segundo maior impacto na taxa geral, contribuindo com 0,45 ponto percentual dos 6,29% do ano. Só perde para alimentação fora de domicílio, cujo impacto foi de 0,63 ponto. No Rio, foi o maior impacto, de 0,63 ponto da taxa de 6,33% acumulada no ano.

— O aumento expressivo dos preços das mensalidades dos planos de saúde ocorreu porque o reajuste autorizado pela ANS foi maior do que em anos anteriores e linear, para todo mundo — afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

 

Em 2016, pelo 13° ano consecutivo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu um teto para o reajuste dos planos de saúde individuais e familiares acima da inflação. O aumento de 13,57% atingiu cerca de 8,3 milhões de beneficiários.

A metodologia utilizada pela ANS para calcular o índice máximo de reajuste anual desses planos é a mesma desde 2001 e leva em consideração a média dos percentuais de reajuste aplicados pelas operadoras aos contratos de planos coletivos com mais de 30 beneficiários, que não são regulados e, portanto, não têm um teto para o aumento estabelecido.

Já o preço dos remédios subiu 12,5%, a maior alta desde 2000. Destacam-se, ainda, no grupo, os artigos de higiene pessoal (9,49%).

Depois de um 2015 com inflação de dois dígitos, de 10,67%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, arrefeceu em 2016 e fechou o ano em 6,29%, voltando a ficar abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), que é 6,5%. O movimento foi puxado por elevações menores dos preços administrados e dos alimentos.

No mês de dezembro, a taxa ficou em 0,30%, após alta de 0,18% em novembro e de 0,96% em dezembro de 2015. É a taxa mais baixa para o mês de dezembro desde 2008, quando ficou em 0,28%.

 

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