Após três cortes seguidos, O Banco Central surpreendeu o mercado e cortou a taxa básica de juros em 0,75% ponto percentual. O anúncio pegou de surpresa alguns analistas financeiros, que esperavam um corte de no máximo 0,50%. A justificativa do BC para tamanha agressividade foi à desaceleração da atividade econômica. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação arrefeceu e fechou o ano de 2016 em 6,29%, dentro da meta do governo.

"Enfim, de passo em passo, a inflação está cedendo e abrindo espaço para a diminuição da Selic e a recuperação da economia. Precisamos de uma queda ainda maior das taxas de juros, para reativarmos os investimentos, o consumo e a produção. Esse é o verdadeiro caminho para o desenvolvimento e geração de novos empregos", enfatiza Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Na primeira reunião de 2017, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros (Selic) pela terceira vez seguida, passando de 13,75% para 13% ao ano.

O anúncio surpreendeu os analistas financeiros , que projetavam corte de 0,50 ponto percentual. A última vez que o Copom realizou uma redução tão significativa foi em abril de 2012, quando a taxa básica passou de 9,75% para 9%.

A decisão faz o índice chegar ao menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. Em nota, o Banco Central afirmou que a decisão foi tomada com base em indicadores que apontam para uma atividade econômica abaixo do esperado. "A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica deve ser ainda mais demorada e gradual que a antecipada previamente". Mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, entre outubro de 2012 e abril de 2013, a Selic foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015.

Somente em outubro do ano passado que o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia. O índice é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação terminou o último ano em 6,29% , o menor nível desde 2013 (5,91%).

Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo chegar a 6,5%. Para 2017, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. Assim, a inflação não poderá superar 6% ao final deste ano.

O objetivo do corte da taxa básica é estimular a economia. O índice é usado nas negociações de títulos públicos Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros do mercado. Ao aumentar o índice, o Banco Central torna o crédito mais caro e segura o excesso de demanda dos consumidores. Com juros menores, os níveis de produção e consumo em um cenário de baixa atividade econômica podem ser retomados, já que o crédito fica mais acessível, mas o controle da inflação fica enfraquecido.

 

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