Mesmo com a queda registrada da taxa de juros do cartão de crédito, ainda assim é vergonhoso falarmos em 441,76% ao ano em janeiro, uma taxa de juros capaz de deixar com inveja qualquer agiota do planeta. Apesar dos esforços do governo em querer baixar os, astronômicos juros, ainda assim eles ultrapassam a barreira do suportável.

"Somente no Brasil existe e é permitida tamanha aberração. Num momento de crise em que o país precisa de taxas de juros baixas para incentivar o consumo, fazer girar a economia e gerar empregos, empresas de cartão de crédito e empréstimos pessoais andam na contramão e cobram juros exorbitantes em cima do consumidor. São empresários inescrupulosos, sempre na busca por mais lucro. É preciso acabar de vez com o monstro dos juros altos, pois do contrário não sairemos da lama que nos encontramos e não haverá crescimento econômico", desabafa Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) apontou queda pelo segundo mês consecutivo nas taxas de juros das operações de crédito.

Divulgada nesta quinta-feira (9) apontou que a taxa médio dos juros para o cartão de crédito passou de 453,74% em dezembro para 441,76% em janeiro. A Anefac sinalizou que essa é a menor taxa desde abril de 2016. Os juros do cheque especial também apresentaram queda em janeiro, ao passar de 314,51% ao ano para 309,24%. Já o juro das operações de crédito do comércio passou de 98,50% para 97,61% ao ano.

Segundo o diretor executivo de estudos e pesquisas da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, essa é a terceira queda da taxa de juros nas operações de crédito em dois anos a retração nos índices deve-se as reduções da taxa básica de juros – Selic , feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

“Desde outubro de 2016 o Banco Central começou a flexibilizar sua política monetária com a redução da Selic. Tendo em vista a melhora das expectativas quanto à redução da inflação bem como na melhora fiscal deveremos ter novas reduções da taxa básica de juros, o que reduz o custo de captação dos bancos possibilitando novas reduções das taxas de juros nas operações de crédito”, disse em nota.

 

Pessoa Física

A Anefac identificou que das seis linhas de crédito pesquisadas pela entidade e disponíveis ao consumidor brasileiro, três tiveram queda nas taxas de juros, sendo elas: juros do comércio, cartão de crédito-rotativo e cheque especial. Em contrapartida, as outras três linhas apresentaram alta no período – CDC bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal financeiras.

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,04 ponto percentual no mês – queda de 1,13 ponto percentual no ano – correspondente a uma redução de 0,49% no mês, passando de 8,16% para 8,12% ao mês. No indicador anual a taxa de juros passou de 156,33% ao ano para 155,20%. “Menor taxa de juros desde julho de 2016”, disse a Anefac.

 

Pessoa Jurídica

Já para o segmento jurídico, de empresas, de três linhas de crédito pesquisadas duas apresentaram redução, sendo as taxas para capital de giro e desconto de duplicadas. Já a taxa para a conta garantida teve alta no mês de janeiro.

A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,02 ponto percentual no mês – o que representa retração de 0,40 ponto percentual no ano –correspondente a uma redução de 0,42% no mês. No comparativo da taxa no ano, ela passou de 74,32% ao ano para 73,92%, informou a Anefac.

 

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