O governo federal anda muito confiante e quer aprovar as reformas Trabalhistas e da Previdência - a toque de caixa - até o primeiro semestre deste ano. A confiança se baseia no fato do governo achar que tem 88% do Congresso Nacional, hoje, do seu lado. Seria sua base de 'sustentação'. O governo só está esquecendo que Deputados e Senadores irão precisar do voto popular para se reeleger no ano que vem.

Qualquer pisada fora do bom senso será cobrada e sairá muito cara. É pouco provável que deputados e senadores se arrisquem a votar reformas tidas como impopulares, sendo que em 2018 teremos eleições para renovação do Congresso Nacional.

"A Idéia é fazer as reformas centrando fogo na retirada dos direitos dos trabalhadores. O bom senso recomenda que é preciso diálogo e muita paciência quando se fala em reformas. Mexer em direitos trabalhistas e previdenciários exige discussão com sindicatos e trabalhadores e não se faz a toque de caixa. Estamos falando em direitos adquiridos ao longo de anos, portanto tem que ser respeitados", afirma Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quarta-feira (15) que o governo federal planeja ainda para o primeiro semestre deste ano a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, duas medidas consideradas pela gestão Temer principais para o estancamento da crise econômica.

Segundo o ministro, há força e articulação políticas para dar encaminhamento aos projetos, já que cerca de 88% do Congresso é atualmente base de sustentação do governo do presidente Michel Temer .

Para Padilha, em todas as democracias do mundo, as bases dos governos se constroem com os aliados. “Se governa com os aliados, todo mundo tem sua participação nos encargos e na estrutura do governo, assim se constroem alianças no Brasil”, afirmou, sobre a troca de indicação de cargos importantes por apoio no Congresso.

Na manhã desta quarta, Padilha participou da abertura da reunião dos grupos de trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão. As recomendações do conselho serão apresentadas ao presidente no dia 7 de março .

As propostas, de acordo com o ministro, são coincidentes com o rumos que o governo quer tomar. “O governo tem uma determinada posição, quer desburocratizar e simplificar suas ações, o Conselhão também quer, o governo quer avançar na questão educacional, o conselho também quer. Os conselheiros têm alta qualificação e seguramente trarão grandes contribuições aos projetos que o governo acalenta”, disse.

Criado em 2003, o Conselhão tem o objetivo de assessorar o presidente da República e os demais órgãos do Poder Executivo na elaboração de políticas públicas, articulando as relações do governo com os setores da sociedade civil representados.

 

Rapidamente aprovadas

Na noite desta terça-feira (14), em um jantar com integrantes da Frente Parlamentar Agropecuária, Temer voltou a manifestar otimismo com as votações no Congresso Nacional e afirmou ter “absoluta certeza” da aprovação das mudanças na legislação trabalhista. Em tom comemorativo, ele disse ter se surpreendido com a rapidez que tem obtido para a aprovação dos projetos.

“Nosso governo imaginava que levaria dois anos, dois anos e meio para realizar as reformas imprescindíveis ao País. Mas, com o apoio do Congresso Nacional, verificamos que em seis, sete meses já havíamos aprovado o teto, aprovado a reforma do ensino médio, aprovado a questão do petróleo, e encaminhado a questão da reforma da modernização da legislação trabalhista”, disse Temer.

 

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