Parece que um pressentimento de perda no que se refere à reforma da Previdência tem tomado conta da equipe econômica e lideres políticos do governo federal. Eles resolveram sair no corpo a corpo e ameaçar o povo dizendo que se as reformas não forem feitas da maneira como foi mandada ao Congresso nacional, a saída será aumentar a carga tributária para o cidadão. Já se fala em um aumento de impostos de 10% para cobrir apenas o déficit previdenciário. Tudo isso em nome do chamado ajuste fiscal, com déficit de 139 bilhões de reais para 2017.

Com relação à reforma trabalhista, Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, e que faz parte do rol dos que custa mais de 1 bilhão por ano ao contribuinte, resolveu subir o tom e ameaçar os trabalhadores com o discurso que a reforma trabalhista a seu ver é muito "tímida". Ele alerta que a Câmara precisa dar um passo além do que está colocado no texto do governo e serão feitos ajustes mais duros na Casa.

"É um equivoco muito grande da parte do nobre deputado, achar que o Congresso pode tudo. E na verdade não pode! O Congresso Nacional é composto por duas casas que na realidade é do povo. Sem o voto não existiria deputados e senadores. Não existiriam, presidentes, cargos de confiança, comissões especiais, mesas diretoras e por aí vai. Além disso, também não existiria a farra dos altos salários, mordomias nababescas e roubalheiras. A grande questão é que quem sustenta tudo isso é o povo trabalhador, por coincidência aquele que vota e os elegem. Então porque castigá-los se a cada quatro anos existem eleições para a renovação das duas casas", indaga Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Líderes econômicos e políticos do governo de Michel Temer endureceram o tom sobre a necessidade das reformas e do ajuste fiscal no Brasil, após sinais de perda de apoio no Congresso.

Os ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmaram, durante evento de inauguração do novo escritório da agência de notícias Bloomberg em Brasília, que o maior compromisso do governo é com o cumprimento da meta fiscal, com déficit de R$ 139 bilhões para 2017.

"Não é mais doa a quem doer, é doa o quanto doer. E vai doer em todos", disse Dyogo. Para garantir o acerto das contas, o governo mostra que irá cortar gastos e, inclusive, elevar impostos, se necessário. "Governo não tem intenção de aumentar imposto, mas o importante é cumprir a meta fiscal", disse o ministro da Fazenda, reforçando que uma eventual elevação seria "temporária".

Nesse contexto, a reforma da Previdência é considerada inevitável pelo governo. Segundo Meirelles, caso o projeto não seja aprovado, será necessária uma elevação de 10% da carga tributária para pagar apenas o aumento do déficit previdenciário.

 

Reforma trabalhista é 'tímida'

Alinhado com o núcleo econômico no âmbito da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chegou a chamar de "tímida" a proposta de reforma trabalhista enviada pelo governo e anunciou que serão feitos ajustes mais duros.

"Infelizmente o presidente Michel Temer não vai gostar, mas a Câmara precisa dar um passo além do que está colocado no texto do governo", disse no evento. Para Meirelles, é prerrogativa do Congresso avançar ainda mais na reforma trabalhista.

Convencido de que o processo de aprovação das reformas não será fácil e da resistência que enfrentarão pelos parlamentares, o ministro da Fazenda está empenhado em falar com os congressistas. Só nesta semana, Meirelles conversa com as bancadas do PMDB, PSD, PRB e PP.

Para Maia, qualquer alívio que o Congresso desejar fazer na proposta de reforma da Previdência deverá vir acompanhado de sugestões para compensá-la. "Se o plenário entender que a regra está errada, vai precisar tirar de alguém, e não será do aposentado, porque não terá coragem."

Já mirando as eleições de 2018, o presidente da Câmara disse que o Brasil poderá ter uma previsibilidade "muito maior" com Temer como "condutor", caso o governo consiga concretizar seus projetos. "Com a economia dando certo, partidos da base estarão unidos e teremos candidatura forte, independente do nome. Se não der certo, teremos risco de algo fora dos padrões."

 

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