A cada dia que passa a situação do governo parece ficar mais complicada e sem saída. A grande maioria dos deputados já se manifestou contra a proposta da reforma da Previdência do jeito que o Planalto mandou para a Câmara. Tanto isso é verdade que o presidente Michel Temer vem cedendo e permitindo as modificações em torno do texto. Nos últimos dias o presidente autorizou modificações na proposta em relação a cinco temas: regra de transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada, pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais.

Sentindo o cheiro de fracasso e a pressão que vem das ruas, o presidente da comissão especial da reforma na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), resolveu que, para acomodar as inevitáveis mudanças, a apresentação do relatório será adiada para o dia 18 de abril.

"Esses já são resultados de uma pressão externa do eleitor que está cobrando um posicionamento dos deputados no momento em que o futuro de milhões de brasileiros está na mão do Congresso Nacional. Trata-se de uma decisão que modificará para sempre a vida de milhões de pessoas e que se não for bem discutida e costurada, corre o risco de acabar para sempre a aposentadoria no Brasil. Portanto senhores deputados, fiquem atentos ao clamor das ruas! Se os senhores errarem e traírem a confiança do povo, pagarão com a perda do mandato já em 2018", alerta Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Após a publicação do Placar da Previdência pelo Grupo Estado na quarta-feira, dia 5, quatro deputados federais modificaram de "a favor" para "contra" seu posicionamento sobre o projeto da reforma que tramita na Câmara. Outros seis parlamentares que, até então, não haviam sido encontrados, também afirmaram se opor à proposta. Ao todo, 261 deputados se declararam contra a reforma, dez a mais do que o resultado de quinta-feira, 6.

Os deputados Domingos Neto (PSD-CE), Mara Gabrilli (PSDB-SP) Marcos Rogério (DEM-RO) e Arnaldo Jordy (PPS-PA), que haviam manifestado apoio à proposta de reforma, mas com ressalvas, mudaram radicalmente o voto na quinta. Em nota, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) reforçou que defende a necessidade de uma reforma da Previdência, mas declarou-se "totalmente contrário à proposta apresentada pelo governo, por discordância em vários pontos do texto". Mara havia se declarado favorável, mas com ressalvas diferentes das propostas no questionário.

Procurados pelo jornal O Estado de S. Paulo, seis deputados que ainda não haviam sido ouvidos afirmaram oposição ao texto. Entre eles, cinco da base aliada de Temer. "Sou a favor do povo. Não posso votar em uma reforma como essa", disse o deputado Tiririca (PR-SP).

Apenas dois parlamentares solicitaram alteração de voto "contra" para "a favor". Mesmo com a mudança de posicionamento, ambos destacam ao menos três modificações necessárias para a confirmação do apoio ao texto original.

 

Resultados do Placar até às 20h30 de quinta-feira, 6:

  • 97 - A favor da reforma (84 com ressalvas)
  • 261 - Contra a reforma
  • 62 - Não encontrados
  • 57 - Não quiseram responder
  • 1 - Abstenção
  • 34 - Declararam-se indecisos
  • São necessários 308 votos para aprovar a proposta
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