Parece que o presidente da república anda muito mal informado ou finge que vivemos no "país das maravilhas". Não existe "raivosidade" entre os brasileiros. O que existe é um descontentamento generalizado de milhões de pessoas que já não agüenta mais tanta corrupção e fingimento do atual governo, que a todo o momento tenta iludir a população com discursos falaciosos. Vivemos numa república onde boa parte dos ministros da cúpula governamental e o Congresso Nacional responde por crimes relacionados à Lava Jato.

Em abril deste ano, o ministro do STF Edson Fachin autorizou a abertura de 76 inquéritos contra cem investigados, com base nas delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht. Entre eles, estão oito ministros do governo Michel Temer (PMDB), três governadores, três prefeitos, 24 senadores e 40 deputados federais. Dá para ser feliz com tanta bandalheira?

"Dizer que as reformas trarão crescimento econômico e geração de empregos, é talvez a maior das falácias palaciana. Geração de empregos e crescimento econômico não se consegue somente com reformas. Consegue-se, em parte, com a diminuição da carga tributária e investimentos em infraestrutura e outras medidas de incentivo a economia. A questão é que o país está praticamente travado, por falta de dinheiro para levar a frente os projetos necessários para o crescimento econômico e social. Políticos de várias vertentes saquearam os cofres da nação. A política está travando o crescimento do país. Enquanto não resolvermos a questão da corrupção e prender os corruptos, o Brasil ficará patinando entre o descrédito e a desgraça", revela Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (10), em discurso no Palácio do Planalto, que o Brasil precisa sair da condição de "embate permanente",. Segundo ele, isso coloca "brasileiro contra brasileiro". O presidente pregou a "cordialidade" como "regra geral" no país.

Temer fez a declaração durante de assinatura de um decreto de regularização portuária, destinado a flexibilizar a concessão de áreas nos portos.

"Precisamos pacificar o país. O país não pode ficar nessa condição de embate permanente, brasileiro contra brasileiro. A regra geral é a cordialidade entre os brasileiros. É preciso eliminar uma certa raivosidade que muitas vezes permeia a consciência nacional. Precisamos ter paz, tranquilidade e saber que nada vai impedir o Brasil de trabalhar", afirmou o presidente.

Durante o discurso, o presidente não associou a declaração a nenhum episódio e não disse a que se referia especificamente.

Nesta quarta, caravanas de apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva oriundas de várias cidades se dirigem a Curitiba, em ônibus. O petista tem marcado para a tarde um depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.

No momento em que falou sobre a "raivosidade", Temer citava conquistas do governo ao tratar do ssunto. Ele afirmou que as medidas que tem tomado para garantir a redução da inflação e do desemprego já indicavam, segundo ele, que “o Brasil está voltando aos trilhos”, e que esses avanços devem ajudar a acalmar os ânimos da população.

De acordo com o presidente, resultados como superávit na balança comercial e redução na inflação para 4,5% dão ao governo a certeza de que “os brasileiros estão começando a ficar otimistas com a economia e dizendo que eles têm otimismo em relação ao futuro”.

Com a flexibilização na concessão de áreas nos portos, o governo estima em R$ 25 bilhões os novos investimentos que serão gerados no setor. Temer afirmou que o decreto, aliado às reformas em tramitação no Congresso Nacional, ajudará na geração de empregos.

“Só temos como investir com a garantia de que vamos gerar empregos com base nesses investimentos, e que serão dinamizantes da nossa economia”, afirmou durante o discurso. Ele se disse confiante na aprovação da reforma trabalhista no Senado. Na Câmara, a comissão especial concluiu nesta terça a votação do projeto de reforma da Previdência.

 

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