Estamos falando de um assunto que dói e muito no bolso dos cidadãos brasileiros. Segundo o Sindifisco Nacional, a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física está defasada em mais de 83% desde 1996. Isso só acontece porque nos últimos 10 anos a tabela não promoveu um reajuste adequado, a inflação acumulada de 283,87% foi mais que o dobro da correção promovida pelo governo federal na tabela, de109, 63%.

"Mas, eis que surge o governo resolvendo dar uma de bonzinho nas vésperas das reformas e saí por aí prometendo bons grados a população. Justamente num assunto que sempre provocou muita surdez na cúpula palaciana. Falar de ajustes na tabela de imposto de renda sempre causou ojeriza na área econômica do governo. Nem pensar! Mas, o principal motivo dessa bondade indica que o Planalto está tremendamente preocupado com o desgaste perante a opinião pública em relação às reformas trabalhista e previdenciária, além lógico da baixa popularidade presidencial. Afinal de contas o governo chegou à conclusão de que, de vez em quando, é preciso fazer um carinho no povo, para depois chicotear outra vez. É aquela velha questão do: "bate e assopra". Temos que ficar atentos as promessas e agrados das velhas raposas", avisa Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (15) que o governo federal estuda promover uma correção na tabela do Imposto de Renda para ampliar a faixa de isenção do tributo. Segundo o presidente, o tema ainda está em fase de "conversa inicial".

Durante entrevista a rádios regionais, o presidente foi questionado sobre novas medidas que o governo estuda adotar para a economia e sobre se a correção da tabela do IR seria uma delas.

Sem dar detalhes, respondeu: "O governo fez uma primeira análise para ampliar a faixa de isenção. Ainda é uma conversa inicial".

Em outro momento da entrevista, ele voltou a falar sobre o assunto ao ser questionado sobre se a proposta em estudo seria dobrar a faixa de isenção do IR – neste ano, a faixa de isenção foi de R$ 1.903,98.

Nesta segunda, uma reportagem do jornal "Valor Econômico" afirmou que o governo preparava a proposta para tentar neutralizar um eventual impacto negativo causado pelas propostas de reforma trabalhista e da Previdência.

"Houve uma fala sobre a possibilidade de aumentar a faixa de isenção. Aqui, no Planalto, cadeiras e mesas têm ouvidos. Não há isso concretamente [dobrar a faixa]. Eu aprecio muitíssimo. Seria bom? Seria bom. Alcançaria uma margem de trabalhadores que seriam beneficiados. Mas é uma coisa complicada e foi fruto de uma breve fala que as paredes comentaram", afirmou.

Durante a entrevista às rádios, o presidente voltou a pedir uma "pacificação" do país e comemorou a melhoria de alguns índices econômicos. Temer pediu ainda "otimismo" e uma "corrente de energias favoráveis" para melhorar a economia brasileira.

"A mensagem que eu quero lançar é isso, otimismo. Sob um plano mais ou menos espiritual, um plano mais ou menos esotérico, mas muito espiritual, quando você tem correntes de energia favoráveis, você melhora o país", pediu o presidente.

 

Delações 'fantasiosas'

Temer também chamou de "fantasiosas" as acusações de ex-executivos da Odebrecht de que teria negociado propina de US$ 40 milhões ao PMDB – partido do qual Temer faz parte e que presidiu antes de assumir o governo. O depoimento veio a público em abril, quando o sigilo das delações foi levantado.

"Eu sentado numa cabeceira em reunião... US$ 40 milhões é muita coisa. São coisas fantasiosas, mas que pegaram. Isso tem de ser apurado ao longo do tempo", afirmou Temer sobre a delação. Ele pediu paciência para "deixar o Judiciário trabalhar" verificando as informações prestadas nos depoimentos.

O presidente falou ainda sobre o conteúdo da delação dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que trabalharam nas últimas campanhas petistas à Presidência, incluindo em 2014, quando ele foi eleito vice na chapa encabeçada por Dilma Rousseff.

Para Temer, não se pode incriminar a ex-presidente, que foi citada em diversos trechos pelos delatores. "Não é quem delata quem condena", defendeu.

 

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