Está ficando cada vez mais complicada a vida pública do senador peemedebista Romero Jucá. Apesar de todas as tentativas de levar uma vida normal como se nada existisse contra sua conduta moral, esse rato da república continua a contribuir diariamente com o noticiário dando conta de suas falcatruas escondidas ao longo de sua trajetória política. O senador é dono de uma vasta lista de acusações e inquéritos por corrupção, que somam até o momento nove no Supremo Tribunal Federal.

Nada mais bestial e grosseiro termos um senador da república, que ainda tem a cara de pau de querer ser membro titular do Conselho de Ética do Senado, colegiado responsável por analisar eventuais denúncias por quebra de decoro parlamentar que podem levar à cassação do mandato de seus pares.

"É a imoralidade correndo solta pelas entranhas de Brasília. Nesse momento de clima tenso por conta dos escândalos que não param de aparecer, seria razoável que nossos parlamentares tivessem um pouco de hombridade e não subestimassem a inteligência da população. Pela primeira vez na história, mais da metade dos senadores - 53% dos 81 integrantes da Casa - estão na mira do Supremo. Ainda bem que as eleições estão próximas e esses canalhas serão banidos da vida pública", avisa Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), é alvo de um novo inquérito por corrupção e peculato no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Dias Toffoli autorizou a abertura da investigação contra o peemedebista para apurar a suspeita de que ele intermediou, de maneira ilícita, um contrato entre os Correios e a Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Indicado esta semana para integrar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o senador acumula, agora, nove inquéritos no Supremo.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em São Paulo, a ex-contadora da CBT Kátia Freitas Mueller apresentou documentos sobre irregularidades envolvendo a confederação. Entre eles, havia uma anotação: “Contato em Brasília: – 1 verba que vai direto para um senador”. Segundo a PGR, as apurações indicam que o dinheiro era destinado a Romero Jucá.

A suspeita é de que o senador recebeu propina correspondente a 10% do acordo firmado entre os Correios e a CBT. O contrato previa o repasse anual de R$ 17 milhões, entre 2014 e 2016. Nesse caso, a PGR quer investigar se Jucá recebeu R$ 1,7 milhão em propina por ano (R$ 5,1 milhão em três anos).

 

Nove inquéritos

Com esse, sobe para nove o número de investigações em andamento no Supremo contra o líder do governo no Senado. No Inquérito 3989, da Lava Jato, Jucá responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. Também é investigado nos inquéritos 3297, 2116, 2963 por crimes eleitorais, de responsabilidade e contra a ordem tributária, apropriação indébita previdenciária e falsidade ideológica.

Apenas em 2016, quatro inquéritos (4211, 4267, 4326 e 4347) foram instaurados na Corte contra o senador. Em ampla maioria, as investigações são por crimes de corrupção passiva e ativa, ocultação de bens e formação de quadrilha.

Um dos procedimentos diz respeito à origem e ao destino de R$ 100 mil jogados para fora de um carro por um de seus auxiliares momentos antes de ser abordado pela polícia. O ato ocorreu durante a campanha eleitoral de 2010. O assessor disse que o dinheiro seria usado na campanha de Jucá.

O senador teve uma brevíssima passagem pelo Ministério da Previdência no início do governo Temer. Caiu uma semana depois de ter assumido, logo após a divulgação de áudios entre ele e o ex-senador Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro que fez acordo de delação premiada. Entre outras coisas, Jucá defende a saída da ex-presidente Dilma Rousseff para “estancar a sangria” da Lava Jato.