Lembramos muito bem que quando criança nossas mães sempre diziam para nunca aceitar coisas vindas de estranhos. Pois bem, acabamos crescendo e ficando espertos. Mas, como pode um vice-presidente da república aceitar carona no avião de um desconhecido e, sequer perguntar e querer saber o nome do dono da aeronave? E o pior, por três vezes seguidas!

Segundo o Palácio do Planalto, Michel Temer utilizou aeronave particular no dia 12 de janeiro de 2011 para levar sua família de São Paulo a Comandatuba, deslocando-se em seguida a Brasília, onde manteve agenda normal no gabinete. Disse também que a família retornou a São Paulo no dia 14, usando o mesmo meio de transporte e que o vice-presidente não sabia a quem pertencia à aeronave e não fez pagamento pelo serviço.

"Muito embora a confirmação dessa história sirva apenas para reafirmar a relação de Temer com Joesley - pois o presidente já está com o laço no pescoço -, fica esquisito entender como uma pessoa usufrui de passeios de jatinho com toda mordomia que lhe é peculiar, sem ao menos perguntar quem foi esse Papai Noel tão generoso com toda sua família. Será que o presidente acha que o povo acredita em cegonhas que trazem os bebês, fada madrinha do dente e Branca de neve e os sete anões? Absurdo! A explicação para isso chama-se subestimar a inteligência de milhões de brasileiros que pagam impostos e são tratados como idiotas todos os dias. A nossa sorte é que pelos menos esse senhor de cabelos grisalhos - não adquiridos por anos trabalhados, mas pelo conjunto da safadeza de anos a fio - e que provoca desmaios de admiradoras, já está com os dias contados", afirma Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O presidente Michel Temer mudou de versão e admitiu ter viajado com a família para Comandatuba em janeiro de 2011 e disse ainda que "não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço".

Nesta quarta-feira, 7, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota na qual retifica uma informação dada nesta terça-feira, 6, de que o então vice-presidente Michel Temer, em 2011, havia usado aviões da Força Aérea Brasileira para fazer uma viagem com a família para Comandatuba e Porto Alegre.

Segundo o Planalto, "o então vice-presidente Michel Temer utilizou aeronave particular no dia 12 de janeiro de 2011 para levar sua família de São Paulo a Comandatuba, deslocando-se em seguida a Brasília, onde manteve agenda normal no gabinete", diz. "A família retornou a São Paulo no dia 14, usando o mesmo meio de transporte. O vice-presidente não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço", completa o texto.

O dono da JBS, Joesley Batista, entregou à Procuradoria-Geral da República um diário de voo de seu jatinho com informações sobre viagens do presidente Michel Temer. O caso foi revelado pelo site O Antagonista e confirmado pela reportagem.

De acordo com os documentos do Learjet PR-JBS entregues pelo acionista do grupo J&F, Temer teria viajado com a mulher, Marcela, em 2011 em pelo menos duas oportunidades - na época, o peemedebista era vice de Dilma Rousseff. Uma das viagens do casal relatadas no diário foi entre Comandatuba, na Bahia, e São Paulo. A outra foi para Porto Alegre. No diário de bordo consta a anotação "Família sr. Michel Temer".

Na terça, 6, ao ser questionado sobre as viagens, o Planalto havia informado que "o então vice-presidente Michel Temer não foi a Comandatuba em janeiro de 2011. Ele foi no mês de abril para compromisso com o grupo Lide e utilizou aeronave da FAB para seu deslocamento. Michel Temer também usou avião da FAB para deslocamento a Porto Alegre, no mês de janeiro."

A equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai analisar as informações relativas ao jatinho para confirmar se as viagens foram realmente realizadas. A apuração, que servirá apenas como prova de corroboração sobre a relação de Temer com Joesley, será feita dentro do inquérito já instaurado contra o presidente. O empresário entregou as informações sobre os voos para reforçar sua versão apresentada no acordo de colaboração premiada de que mantinha "estreita relação" com Temer.