E a sangria continua com mais de 92 mil postos de trabalho que sumiram em um ano em São Paulo. Não precisamos ir muito longe e lembrar que nós temos hoje mais de 14 milhões de brasileiros desempregados e sem nenhuma perspectiva de futuro. Temos um país à beira da falência com um pibinho incapaz de decolar e fomentar riquezas. Vivemos numa economia cambaleante, onde a indústria sobrevive aos solavancos e o comércio vai se acabando aos poucos, produzindo uma quebradeira generalizada que acaba respingando no setor de serviços, vítima também da recessão que assola o Brasil.

"Mas, isso tudo é o resultado da corrupção desordenada que tomou conta de nosso mundo político, mas precisamente dentro do Congresso Nacional. Dos 594 parlamentares brasileiros, mais da metade dos membros do Congresso enfrenta processos na Justiça, de casos envolvendo propinas, vendas de MPs, auditoria de contratos públicos até crimes sérios como seqüestro ou homicídio. De malas a cuecas recheadas de dinheiro vivo, seguem as investigações da Lava Jato, que a cada nova operação descobre novos atores da política nacional. Entre os investigados estão o presidente do Senado, Eunício Oliveira e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que deveriam dar o exemplo e renunciar ao cargo que exercem. Então como podemos preservar e criar empregos se a crise política trouxe o descrédito para a economia?", indaga Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A indústria paulista fechou 92,5 mil postos de trabalho nos últimos doze meses. Segundo a Pesquisa de Nível de Emprego da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgada nesta quarta-feira (14), a queda chega a 4,07% no período. Em maio deste ano, foram 3 mil vagas a menos na comparação com abril. O resultado representa uma queda mensal de 0,13% no período. Com ajuste sazonal, o recuo chega a 0,3%.

O resultado foi registrado, principalmente, por conta da queda nas contratações do setor de açúcar e álcool no último mês. Segundo a Fiesp, a explicação para este cenário é o fim do período da safra agrícola, quando as contratações da indústria começam a perder força. Em maio, as usinas contrataram 1.077 trabalhadores. Em abril, o número de vagas abertas pelo setor chegou a 7,7 mil.

No acumulado entre janeiro e maio de 2017, o nível de emprego segue positivo, com 19,5 mil vagas de trabalho abertas, equivalente a alta de 0,9% na série sem ajuste sazonal.

Segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, o resultado seria ainda pior se não fossem as contratações das usinas de açúcar e álcool nos últimos meses. "Ainda não existe sinal de recuperação do emprego na indústria paulista, como se esperava", afirma. "Excluindo as usinas de açúcar e álcool, teríamos um saldo de apenas mil contratações ao longo dos cinco meses deste ano".

 

Setores

Entre os 22 setores analisados pela pesquisa da Fiesp, oito tiveram resultado positivo em maio. Outros oito tiveram resultado positivo e seis se mantiveram estáveis. Os destaques são os segmentos de produtos diversos (alta de 1,04%), móveis (0,85%) e produtos têxteis (0,81%). Em números absolutos, o setor alimentício foi o que criou mais vagas no último mês, com 878 contratações.

Por outro lado, os destaques negativos da indústria em maio são os segmentos de artefato de couro, calçados e artigos para viagem (-1,4%), máquinas e equipamentos (-1,17%) e outros equipamentos de transporte (-0,84%). De acordo com a pesquisa, o segmento de máquinas foi o que mais fechou vagas de trabalho no período, com a redução de 1.932 vagas.