É cada vez maior o número de brasileiros descrentes com os rumos da economia e sem nenhuma expectativa com relação à melhoria no mercado de trabalho. Esses são os reflexos da corrupção que acabou contaminando todo o sistema econômico do país.

Bilhões de reais foram desviados para caixa dois de campanhas eleitorais, através de empresas estatais, montou-se um propinoduto capaz de assustar os maiores especialistas em falcatruas e roubalheiras do mundo, além da participação de empresas privadas distribuindo malas de dinheiro e pagando até mesada para políticos. Isso tudo sem falar em conversas suspeitas em porões da república com empresários envolvidos em investigações da Lava Jato.

O resumo de toda essa arquitetura para saquear os cofres públicos, surtiu um efeito devastador na economia interna do país. Hoje o Brasil tem 14 milhões de desempregados, um pibinho que não reage, empresas fechando as portas aos milhares, um comércio decadente e o povo passando dificuldades.

"Com todo esse aparato corruptivo que se instalou por aqui, o país tem sua imagem e credibilidade manchadas interna e externamente com a corrupção elevada. Tomar crédito fica mais caro, receber investimentos estrangeiros fica mais difícil e há uma falta de confiança no país como um todo, o que reduz os negócios, comprometendo o emprego e a renda dos brasileiros", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta segunda-feira (26) um decréscimo de 1,9 ponto no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ao longo do mês de junho, devolvendo assim a alta do mês anterior. Segundo a Fundação, a piora da confiança pode ser reflexo do aumento da incerteza política após o dia 17 de maio.

“A piora das expectativas em junho foi fortemente influenciada pelo aumento da incerteza após os eventos de maio e dos riscos de que estes possam impactar negativamente a economia. A Sondagem apurou piora das expectativas para o emprego e para as finanças familiares, o que, como em um efeito cascata, também reduzem o ímpeto para compras de bens duráveis nos próximos meses.“, afirmou a Coordenadora da Sondagem do Consumidor da FGV , Viviane Seda Bittencourt.

 

Expectativas

Também no sexto mês do ano, houve recuo nos resultados da percepção abrangente a situação atual quanto às expectativas. O índice da Situação Atual (ISA) apresentou sua terceira queda consecutiva, ao passar de 70,5 para 70,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) que havia se recuperado em maio, caiu 2,9 pontos, passando para 91,7 pontos.

O indicador que mede as perspectivas da situação financeira das famílias foi o principal contribuinte para o recuo mensal no ICC, com baixa de 5,6 pontos se comparado a maio, indo para 89,9 pontos. A piora das expectativas referentes a economia, foi apontada em razão da instabilidade política e da dificuldade de recuperação do mercado de trabalho, fatores que parecem influenciar negativamente na situação financeira familiar dos consumidores, o que faz com que as expectativas sobre as finanças familiares e o consumo de bens duráveis sejam instáveis.

O decréscimo no quesito que mede o impulso por compras de bens duráveis foi observado com menos intensidade, uma vez que a queda foi de 0,9 ponto, para 77,6 pontos.

A FGV ainda evidenciou uma queda na confiança em todas as faixas de renda , exceto na de famílias com renda mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800. Depois de registrarem o mínimo da série de satisfação sobre suas finanças em maio, estas famílias se demostraram mais otimistas, o que evitou uma retração maior no índice. Por outro lado, as de renda mensal entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600 recuaram pelo terceiro mês seguido, com a confiança em 83,6 pontos.

 

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