A receita líquida total da Oi foi de R$ 5,545 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 5%, enquanto no acumulado do primeiro semestre foi de R$ 11,214 bilhões, recuo de 6,5%.

Segundo a companhia justifica em seu balanço financeiro divulgado na noite desta segunda, 13, o desempenho foi decorrência da queda do tráfego de voz no fixo e no móvel, o corte de tarifas de interconexão (VU-M, TU-RL e TU-RIU) e de ligações fixo móvel; e "alta taxa de desemprego, influenciando negativamente os volumes de recargas do pré-pago e a base de inseridores (clientes que fazem recargas)". A empresa afirma que houve crescimento de receita da TV paga e em dados, que compensaram parcialmente esses impactos negativos.

A receita líquida de serviços caiu 4,9% no trimestre (total de R$ 5,452 bilhões) e 6,1% no semestre (total de R$ 11,027 bilhões), apresentando queda em todos os segmentos, menos na mobilidade pessoal de clientes (excluindo receita de aparelhos), que aumentou 0,2% no trimestre e ficou em R$ 1,638 bilhão. No acumulado dos seis meses, entretanto, foi de R$ 3,274 bilhões, redução de 5,4%. O segmento residencial caiu 3,2% no trimestre (R$ 2,114 bilhões) e 5,8% no semestre (R$ 4,315 bilhões), enquanto em B2B a companhia apresentou a maior queda: 6,3% (R$ 1,524 bilhão) e 7,8% (R$ 3,072 bilhões), respectivamente no trimestre e semestre.

De acordo com a Oi, as quedas nos segmentos residencial e B2B foram "suavizadas, mostrando início de uma recuperação". A operadora diz que há sinais disso na aceleração da atividade comercial, da "boa performance das novas ofertas" móveis e fixas e na "contínua melhoria na qualidade do serviço disponibilizado". Ainda sobre a queda do B2B, a companhia diz que a homologação do plano de recuperação judicial em dezembro trouxe "grau de transparência e clareza maior para a negociação com os clientes desse segmento". Assim, a companhia afirma ter dado início ao turnaround do segmento focando na aquisição de novos clientes, monetização da base e fidelização e retenção.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) de rotina caiu 3,4% nos três meses, totalizando R$ 1,563 bilhão. Já nos seis meses, o recuo foi de 6,2%, total de R$ 3,125 bilhões. A margem EBTIDA, entretanto, subiu 0,5 p.p. no trimestre (28,2%) e 0,1 p.p. no semestre (28%).

A companhia conseguiu reduzir em 69,9% o prejuízo líquido no trimestre (comparado a igual período do ano passado), ficando em R$ 1,258 bilhão. Por conta do resultado no início deste ano, o primeiro semestre ainda apresentou lucro líquido: R$ 29,286 bilhões, contra prejuízo de R$ 4,219 bilhões em 2017.

A dívida líquida após a reestruturação ficou em R$ 10,021 bilhões em junho, contra R$ 44,499 bilhões no ano anterior. O caixa disponível foi reduzido em 30%, totalizando R$ 5,199 bilhões. O fluxo de caixa operacional (EBITDA – Capex) caiu 49,2% e ficou em R$ 195 milhões no trimestre. No semestre, caiu 33,7% e totalizou R$ 557 milhões.

Os investimentos da operadora cresceram 10,9% e encerraram o trimestre com R$ 1,368 bilhão, enquanto no semestre foi de R$ 2,495 bilhões, uma queda de 0,2%. A companhia ressalta estar se preparando para novo ciclo de investimentos financiado pelo aumento de capital previsto no plano da RJ, no qual o Capex deverá ser direcionado fundamentalmente para o acesso com banda larga de alta velocidade e cobertura móvel.

 

Operacional

A Oi encerrou junho com 59,071 milhões de unidades geradoras de receita, uma redução de 6,6%. Desse total, 15,413 milhões são de serviços residenciais (queda de 5,3%); dos quais 8,821 milhões são de telefone fixo (recuo de 8,7%); 5,049 milhões de banda larga fixa (queda de 3,3%) e 1,544 milhões de TV paga (aumento de 10,6%). Com aumento da TV e das ofertas convergentes na base, a receita média por usuário (ARPU) residencial aumentou 3,7% e encerrou junho em R$ 79,4.

Destaca que na banda larga fixa, investe na tecnologia VDSL para banda larga de até 35 Mbps enquanto adota abordagem de "reuso" de fibra, para entregar de forma mais rápida e eficiente o FTTH até o cliente. Com essas novas tecnologias, a velocidade média da base aumentou 18,1% e encerrou junho em 8,9 Mbps. A participação de UGRs com velocidades superiores a 15 Mbps atingiu 29,1%, 10,9 p.p. acima do segundo trimestre de 2017. Considerando apenas as adições brutas, a velocidade média é de 10,7 Mbps.

Já na mobilidade pessoal, foram 36,477 milhões de clientes (recuo de 8,4%); sendo que 29,443 milhões são de acessos pré-pagos (queda de 10,7%), enquanto o pós-pago (incluindo pós-pago puro, controle, "serviços móveis convergentes" e modems 3G) avançou 2,8% e encerrou o semestre com 7,033 milhões de conexões. A companhia afirma ter "limitação de investimentos em 4G, que afeta principalmente o pós-pago", mas que tem recorrido a estratégias de ofertas com inclusão de conteúdos gratuitos. Também diz que o volume de chamadas na retenção (intenções de cancelamento) caiu 21,3% no comparativo anual, e que as desconexões em portabilidade caiu 79,3%. A ARPU móvel foi R$ 16,1 em junho, aumento de 4,3%.

A Oi encerrou junho com 3.407 municípios com cobertura 2G, além de 1,629 cidades com 3G (9% de aumento em relação ao mesmo mês de 2017) e 834 com cobertura 4G (avanço de 192%). A empresa destaca o compartilhamento com a TIM, mas que também tem procurado "aumentar a qualidade da cobertura e o aumento da capacidade de rede 3G e 4G própria, para permitir o aumento contínuo do tráfego de dados na rede, ao mesmo tempo em que proporciona melhorias consistentes nos indicadores de qualidade de rede da Anatel".

Por sua vez, a operadora registrou 6,541 milhões de UGRs em B2B (avanço de 0,6%) e 640 mil telefones públicos (recuo de 0,1%).

 

Nota de crédito

Em comunicado separado, a Oi anunciou que a agência Fitch elevou as notas de probabilidade de inadimplência do emissor de longo prazo em moedas estrangeira e local de D para B-, enquanto o rating nacional saiiu de D para BB-[bra]. A perspectiva é estável. A Fitch retirou ainda ratings das notas e debêntures da Oi após a troca de dívida por ações, por meio do aumento de capital. A companhia declara que as revisões de rating e a perspectiva estável refletem "a expectativa da Fitch de que a empresa manterá níveis moderados de alavancagem, ao investir fortemente em melhorias e buscar recuperar participação de mercado".