Foi publicado no site da ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações - estatísticas sobre o mercado de TVs por assinatura, e os números são bastante consideráveis. Em janeiro de 2010, mais de 7,5 milhões de domicílios contavam com o serviço. O crescimento observado representa uma evolução de 18,24% em 2009. As regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram maiores taxas de crescimento, respectivamente 33,94% e 24,85%.

Trago também outra informação relevante. Pesquisa realizada pela Nielsen indica um crescimento mundial de 82% no tempo gasto pelos internautas em redes sociais - Twitter, Orkut e Facebook. O tempo médio mensal saltou de 2 horas e 10 minutos em 2007 para 5 horas e 35 minutos em 2009. Impressiona também o número de internautas conectados, mais de 307 milhões no mundo todo.

A mesma pesquisa aponta um contingente de 31 milhões de brasileiros navegando nas redes sociais, o que nos coloca bem atrás de Estados Unidos e Japão, com 142 e 47 milhões de usuários respectivamente. Considerando o número de horas, estamos bem acima da média mundial com 4 horas e 33 minutos, porém atrás da Austrália com 7 horas, Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Espanha.

Os números crescentes da TV por assinatura e das redes sociais confirmam a tendência de queda da TV aberta. Em meu ponto de vista, inexorável. Conforme pesquisa de audiência do IBOPE, a média de aparelhos ligados no horário nobre - aquele das novelas e noticiários - caiu 56% em novembro na Grande São Paulo, um dos maiores recordes negativos.

Bons tempos aqueles em que os índices de audiência batiam nas alturas. Irmãos Coragem, Roque Santeiro, Vale Tudo e Senhora do Destino eram vistos em milhões de lares. O capítulo final era o grande ápice. Como numa final de Copa do Mundo verde e amarela, éramos milhões torcendo contra as vilãs. Odete Roitman e Nazaré, interpretadas com maestria por Beatriz Segall e Renata Sorrah.

Vivíamos a cultura do bebedouro, conforme apregoa Chris Andersen, jornalista do portal Wired, destinado aos amantes da tecnologia. O assunto nas segundas-feiras estava sempre relacionado à programação exibida na TV aberta. Nada surpreendente, considerando as vastas opções existentes. Cultura, SBT, Globo, Record, Gazeta e Bandeirantes era tudo o que tínhamos.

As empresas e gerentes de marketing tinham como trabalho definir o público-alvo, selecionar os canais e programas que melhor se enquadravam no perfil definido e acompanhar os índices de audiência. Com quase toda certeza seu consumidor estaria de olho na telinha no horário marcado. Hoje o trabalho é bem maior. Seu cliente pode continuar o mesmo, mas encontrá-lo está bem mais difícil.

Neste novo cenário, definir o plano de investimentos em publicidade tornou-se fundamental. Segundo estudo do jornal Meio & Mensagem, o faturamento publicitário na Internet cresceu mais de 44% em 2008, fechando 2009 em aproximadamente 1 bilhão de reais, conforme estimativa da IAB Brasil - Interactive Advertising Bureau.

Este valor corresponde a pouco mais de 4% do total investido em publicidade no país. A TV aberta ainda reina absoluta com 60,71%. Não me espantaria se a verba publicitária digital ultrapassasse as revistas, hoje na terceira colocação com 7,64%. Banda larga, smartphones, venda recorde de computadores e notebooks, proliferação de LAN Houses e programas de inclusão digital corroboram a hipótese.

Esta mudança nos meios publicitários e na maneira como os consumidores consomem conteúdo, trouxeram oportunidades incríveis aos pequenos e médios empresários. Excluídos do mercado publicitário nos tempos de TV aberta, hoje podem competir pela atenção dos consumidores através de ferramentas como links patrocinados, banners, estratégias de SEO e propagandas em TVs por assinatura.

A época da cultura de massa está com seus dias contados. Encontrar pessoas que leram as mesmas revistas ou assistiram aos mesmos programas é tarefa cada vez mais difícil na hora do café. Que se cuidem Jornal Nacional e as novelas arrasa quarteirões das nove.

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