Foram mais de três anos, muitas negociações e mudanças, mas parece que, finalmente, o projeto de lei nº 29 terá sua votação concluída amanhã na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, quando então poderá ser encaminhado ao Senado Federal na próxima semana.
Depois de uma ressaca de alguns meses, agora os segmentos partícipes da organização do processo se voltam para a necessária tarefa de tirar as resoluções do papel. No entanto, isso só deve acontecer no próximo governo. O recado foi dado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do Governo Federal, Franklin Martins. Segundo ele, vários pontos "exigem um trabalho de legislação, que não se faz da noite para o dia, mas as propostas que dizem respeito a esses temas serão examinadas pelo governo”.
Foi apresentado no fim da tarde desta quarta-feira, 9, o Requerimento nº 7.037/2010, que pede a retirada do recurso que levaria o PL 29/2007 para votação no Plenário da Câmara dos Deputados. O autor formal da iniciativa é o deputado Eugênio Rabelo (PP/CE), um dos signatários do recurso apresentado na última semana de maio pelo deputado Régis de Oliveira (PSC/SP). Pela regra regimental, o requerimento de retirada de um recurso deve, obrigatoriamente, ser apresentado por um dos signatários que desistiu de dar continuidade ao pedido de votação no Plenário.
Ainda nesta quarta-feira, 9, deve se confirmar a retirada do Recurso nº 438, do deputado Régis Oliveira (PSC/SP), que pretendia levar o PL 29/2007 para votação no Plenário da Câmara dos Deputados. O PL 29 unifica as regras para a prestação de televisão por assinatura no país e cria ainda uma política de fomento a transmissão de conteúdos nacionais pelas TVs pagas. O recurso deverá ser invalidado com a apresentação de um "requerimento de retirada" ainda nesta quarta, 9. Com isso, o PL 29 ficará com o caminho livre para ir ao Senado, dependendo apenas de algumas etapas burocráticas na Câmara.
A pressão da operadora de TV por satélite SKY, para retardar a tramitação do PL-29 - que unifica as regras de TV paga e cria cotas para o audiovisual nacional -, foi rechaçada pelos parlamentares, que conseguiram firmar acordo suprapartidário para que o projeto tenha tramitação mais rápida, sem precisar ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados.