A campanha iniciada pela Sky no último fim de semana junto a seus assinantes, criticando o PL 29/2007, provocou reações na Câmara dos Deputados. Conforme divulgado nessa segunda-feira, 7, por este noticiário, a operadora colocou no ar um site (www.liberdadenatv.com.br) e encaminhou e-mails a seus clientes declarando que, se aprovado, o projeto irá gerar aumento no preço dos pacotes e afetará profundamente a programação comprada pelos assinantes. Chama a atenção o tom ameaçador do e-mail, que sugere também que caberá à Ancine decidir "o que é ou não 'qualificado' para que a sua família assista".
O programa Expressão Nacional desta semana debate a proposta de mudança nas regras da televisão a cabo (PL 29/07), aprovada, recentemente, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Apesar de ter sido aprovado em regime conclusivo foi apresentado recurso e a proposta ainda deverá ser analisada pelo Plenário.
O Brasil fechou o mês de abril com 8,03 milhões de usuários de TV por assinatura, número 1,4% maior do que o registrado em março, de 7,9 milhões de clientes. De janeiro até abril foram registrados mais 408,4 mil assinantes do serviço, conforme dados divulgados nesta terça-feira (1º) pela Anatel.
A chiadeira é grande, mas a audiência entrega: os canais de filmes legendados estão perdendo cada vez mais público, enquanto os dublados, sobem em audiência.
Não é novidade a tramitação tumultuada do PL 29/2007 na Câmara dos Deputados, um dos projetos mais controversos envolvendo o setor de telecomunicações, senão o mais polêmico. A proposta, que inicialmente visava apenas derrubar as barreiras legais para que as concessionárias de telefonia entrassem no mercado de TV a cabo, ganhou novo escopo ao longo dos três anos de discussão na Câmara dos Deputados e agora abrange também uma intricada política pública de fomento do audiovisual, que definitivamente não agrada a todos os segmentos afetados pelo projeto.
A Sky inicia hoje uma campanha contra a política de cotas de programação nacional que será criada para a TV por assinatura, se o PL-29 for aprovado com o texto atual.