Uma grande verdade é que a crise continua causando prejuízos cada vez maiores a economia nacional. Ao longo dos últimos dois anos, pequenas e médias empresas não agüentaram os percalços da crise e fecharam suas portas. Já os grandes grupos empresariais - até pelo seu tamanho e poder de sobrevivência - vão amargando declínio no faturamento e fechamento de lojas deficitárias. Paralelamente a queda nas vendas, essas empresas acabam promovendo uma quantidade imensa de demissões.

"Se existe um problema que o empresariado detecta rapidamente, é a queda de faturamento em suas empresas e suas causas. E hoje sabemos que a principal causa na queda do consumo é sem dúvida o desemprego, crédito caro e renda em baixa. Nenhuma economia no mundo se sustenta sem consumo. Com o malefício do desemprego afetando os lares brasileiros, a indústria, comércio e serviços sofrem cada vez mais com baixos índices de faturamento. Sendo assim, precisamos de políticas de incentivo ao emprego e destravamento da economia", relata Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A Via Varejo fechou seis pontos de venda no terceiro trimestre deste ano, sendo cinco deles da bandeira Pontofrio e um das Casas Bahia. No mesmo período, foi aberta uma loja das Casas Bahia, resultando em um fechamento líquido de cinco pontos de venda pela companhia entre julho e setembro.

A rede varejista promoveu algumas dezenas de fechamentos de lojas desde o ano passado. Em 2015, 50 unidades encerraram as atividades. Em 2016, houve 36 fechamentos de loja no primeiro trimestre e 5 no segundo trimestre.

Atualmente, a base total de lojas da Via Varejo é de 970 pontos de venda, sendo 220 do Pontofrio e 750 das Casas Bahia.

 

Queda no quadro

A companhia voltou a reportar queda no número de funcionários. Ao final de junho, a Via Varejo possuía 49.169 funcionários e, em setembro, eram 48.436, um total de 733 pessoas a menos. A empresa encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de 90 milhões de reais, o que representa um aumento de 91,5% sobre o prejuízo do mesmo intervalo de 2015, de 47 milhões de reais.

A companhia, que faz parte do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e é dona das Casas Bahia e do Pontofrio, apresenta também o resultado especificamente para lojas físicas, ou seja, sem as operações de comércio eletrônico da Cnova, e nesse critério o prejuízo foi de 20 milhões de reais, contra lucro de 61 milhões de reais no terceiro trimestre do ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Via Varejo ajustado no período foi de 86 milhões de reais, um recuo de 37,6% na mesma comparação, com margem Ebitda ajustada de 2,1%, contra 3,3% no terceiro trimestre do ano passado.

O resultado financeiro líquido da empresa ficou negativo em 160 milhões de reais, 131,9% maior que o de 69 milhões de reais também negativo do terceiro trimestre do ano passado.

Por sua vez, os investimentos caíram à metade, para 35 milhões de reais, concentrados em reformas e conversões de lojas, que responderam por 22 milhões de reais do total no intervalo de julho a setembro.

 

Receita líquida

A receita líquida da Via Varejo no terceiro trimestre atingiu 4,1 bilhões de reais, alta de 0,4% sobre o mesmo período de 2015, o que a administração considera ter confirmado tendência de crescimento das vendas “mesmas lojas” (abertas há mais de 12 meses). Esse aumento foi de 1,8%, informou a varejista, ou de 3,2% em bases comparáveis.