Apesar da queda registrada de 471 mil no número de assinantes entre 2015 e 2016, o setor de TV por assinatura vem se saindo muito bem. Mesmo com a recessão fechando as portas de vários setores do mercado e fazendo com que as famílias repensem seus gastos, a TV por assinatura está conseguindo se firmar como uma forma de lazer nos lares brasileiros. Com uma programação bastante variada que atende a adultos e crianças, a TV paga acabou sendo a principal fonte de lazer, informação e cultura das famílias em todo o país.

"O setor está passando por um momento de ajuste diante da grave crise que se instalou no país. Mas mesmo assim as famílias entenderam que a TV paga ainda é a melhor alternativa para todos, pois além de contar com uma programação bastante diversificada e para todas as idades, é também uma forma de lazer com um custo mais reduzido. logo voltaremos a crescer e recuperar o espaço perdido no passado. A Televisão a cabo no Brasil tem um potencial muito grande a ser explorado e isso facilita a sua expansão", acrescenta Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A crise econômica tem levado muitas famílias brasileiras a cancelarem o serviço de TV paga. O número de clientes de TV por assinatura no país caiu 2,4% entre outubro de 2015 e o mesmo mês deste ano. O setor registrou uma perda de 471 mil assinantes no período e chegou a 18,9 milhões de clientes em outubro de 2016, segundo dados divulgados na última sexta-feira (2) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O número de assinantes começou a cair já no início do ano passado. Em 2015, o setor perdeu 3,1% de sua base de clientes. “O fator principal é a crise econômica, que levou principalmente as famílias de mais baixa renda a cancelar seus pacotes”, disse o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. Entre outubro de 2015 e outubro de 2016, a entrada dos serviços de TV por assinatura nos domicílios brasileiros caiu de 29,22% para 27,83%.

A queda do número de assinantes nos últimos meses contrasta com o crescimento do setor nos anos anteriores. Entre 2010 e 2014, o número de assinantes dobrou e, em 2014 o setor cresceu 8,7%.

 

Queda esperada

Para a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), no entanto, os números não são tão assustadores, já que o setor teve uma redução menor do que a queda registrada na economia do país como um todo. “Não é o que a gente gostaria, obviamente, gostaríamos de estar crescendo, mas nós estamos inseridos em um contexto econômico difícil, com desemprego altíssimo”, destacou o presidente da ABTA, Oscar Simões. De janeiro a outubro deste ano, a queda no número de assinantes foi de 0,59%.

Segundo ele, o que explica o fato de o número de assinantes não ter caído tanto é que as famílias usam cada vez mais a TV por assinatura como uma forma de lazer. “O nosso produto está cada vez mais se revestindo de essencialidade para as pessoas. Como tem uma programação diversificada, tem canal infantil, é um produto que atende a diversas faixas etárias e a diferentes famílias, acaba sendo a principal fonte de lazer, informação e cultura”, afirmou o presidente da ABTA.

De acordo com Simões, os últimos meses já vêm demonstrando uma desaceleração da queda no número de clientes, e a retomada do crescimento vai depender de quando a economia do país vai voltar a crescer. “Assim que a economia retomar [o crescimento], a gente retoma acima da economia. Se ano que vem a economia crescer 1%, provavelmente a gente cresça 3%”, estimou.

Em 2016, apesar da queda geral, em alguns meses foi registrado um aumento no número de assinantes, o que pode ser atribuído aos Jogos Olímpicos e à entrada do serviço em novas cidades.