Sustentar a família e conseguir sobreviver com um salário mínimo de 880 reais todo mês, com certeza não é uma tarefa fácil. Mas, nestas condições estão milhares de brasileiros, que recebem 4,6 vezes menos que o valor ideal. Se seguíssemos o que manda a constituição brasileira, o trabalhador deveria receber hoje, um salário mínimo equivalente a R$ 4.013,08 mensais, segundo o Dieese. Esse é o valor estabelecido para as necessidades básicas do trabalhador e sua família, tendo em vista moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.

"A verdade é que nosso mínimo é muito baixo e a inflação come boa parte da renda das pessoas. O minguado salário mal dá para chegar até o final do mês. As famílias fazem de seu orçamento uma ginástica constante e já vem cortando grande parte dos itens essenciais ao dia a dia, restringindo ao mínimo necessário. Chegamos ao limite e assim não dá mais. Precisamos inverter essa matemática perversa de desvalorização da renda do trabalhador", reclama Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

O salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 4.013,08, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) — quase 4,6 vezes mais do que os 880 reais pagos hoje.

De acordo com a entidade, que faz o mesmo cálculo há 12 anos, o valor seria o suficiente “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência". O cálculo é baseado no valor da cesta básica mais cara do país.

Em agosto o valor “necessário” era um pouco menor, de 3.991,40 reais. O reajuste anual do salário mínimo é feito, segundo a lei, baseado na soma da variação do INPC(inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.

Como o PIB ficou parado em 2014 e teve queda de 2015, o próximo aumento real poderá ocorrer apenas em 2019.