Será que vivemos no mesmo país que o presidente? Ou será que Michel Temer já perdeu a lucidez ou tenta enganar a população com discursos fraudulentos e mentirosos. Não precisamos ir muito longe e lembrar que nós temos hoje mais de 14 milhões de brasileiros desempregados e sem nenhuma perspectiva de futuro. Temos um país à beira da falência com um pibinho incapaz de decolar e fomentar riquezas. As reformas por sua vez já deram sinais de que estão agonizantes e serão sepultadas brevemente.

Vivemos numa economia cambaleante, onde a indústria sobrevive aos solavancos e o comércio vai se acabando aos poucos, produzindo uma quebradeira generalizada que acaba respingando no setor de serviços, vítima também da recessão que assola o Brasil.

Mas, a isso tudo se soma aquilo que vem transformando e acabando o país: a corrupção desordenada que tomou conta de nosso mundo político, mas precisamente dentro do Congresso Nacional. Dos 594 parlamentares brasileiros, mais da metade dos membros do Congresso enfrenta processos na Justiça, de casos envolvendo propinas, vendas de MPs, auditoria de contratos públicos até crimes sérios como seqüestro ou homicídio.

De malas a cuecas recheadas de dinheiro vivo, seguem as investigações da Lava Jato, que a cada nova operação descobre novos atores da política nacional. Entre as figuras sob investigação estão o presidente do Senado, Eunício Oliveira e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que deveriam dar o exemplo e renunciar ao cargo que exercem.

"Então presidente, que país é esse que o senhor está falando? Chegar ao final de 2018, sem dúvida chegaremos com um país travado, fora dos trilhos e mergulhado no mar de lama da corrupção. Mas uma coisa é certeza: o senhor e grande parte dos políticos estarão fora do governo e serão cobrados pelos seus atos que tanto desabonaram o Brasil", rebate Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta terça-feira (30) que a trajetória de seu governo, segundo ele marcada por reformas e por medidas para tentar recuperar a economia, não será "interrompida" e que chegará ao final de 2018 com a "casa em ordem".

"Hoje, nós estamos no rumo certo. Nós pusemos o país nos trilhos. Quem apanhar a locomotiva em 2018 encontrará os trilhos no seu lugar. Por isso, agora é continuar a travessia. Nós chegaremos ao fim de 2018 com a casa em ordem ", disse.

Temer participou da abertura do Brazil Investment Forum, em São Paulo, pela manhã e discursou por 24 minutos na abertura do evento. Ele descreveu diversas medidas de seu governo e procurou mostrar otimismo, sem mencionar a crise após a delação premiada dos donos da empresa JBS e da divulgação de áudios entre Temer e o empresário Joesley Batista.

"Esta trajetória que traçamos logo no início do nosso governo em diálogo permanente com o Congresso Nacional não será interrompida. Nela nós seguiremos firmes em nome da agenda de reformas que não podemos e não devemos abandonar", afirmou.

O presidente afirmou ainda que não "há plano B". "Em cada passo, o que nos guiou foi um sentimento de responsabilidade. Responsabilidade fiscal. Se de fato nós queremos um futuro melhor, eu digo sem medo de errar, não há plano B. Afinal, a responsabilidade rende frutos", disse.

 

Apoio do Congresso

No mesmo evento, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), prometeram apoio para aprovar no Congresso Nacional as reformas previdenciária e trabalhista propostas pela gestão do peemedebista.

Em sua fala, Rodrigo Maia disse que, mesmo diante da crise política que atingiu o Palácio do Planalto com as delações de executivos do grupo J&F – controlador do frigorífico JBS –, a Câmara vai colocar em votação, nas próximas semanas, a discussão da reforma da Previdência Social. O deputado do DEM classificou o conjunto de propostas apresentadas pelo governo Temer para modificar as regras previdenciárias como "coração das nossas reformas".

“Nós vamos retomar, em poucas semanas, a discussão, sim, da reforma da Previdência. Porque não há condições de um país sério querer organizar o seu futuro com a situação da Previdência hoje, que é um déficit crescente ano a ano”, ressaltou Rodrigo Maia sob os olhares de Michel Temer.

Ao final do discurso do presidente da Câmara, Eunício Oliveira subiu ao púlpito do fórum para tranquilizar os investidores nacionais e estrangeiros. O presidente do Senado afirmou que se empenhará para aprovar as reformas do governo Temer porque, segundo ele, essa é "a vontade dos representantes do povo no Congresso Nacional". Eunício disse ainda não ver motivos para que Temer não cumpra seu mandato.

 

Tucanos

Entre as autoridades estavam também diversos nomes do PSDB paulista, que passaram mensagens de otimismo em relação a economia em seus discursos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), chamou a reforma trabalhista já aprovada na Câmara de "histórica".

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), também afirmou que Temer vai chegar ao final do seu mandato e entregar o cargo ao seu sucessor com um país muito melhor. "Temer poderia ter se acomodado e deixado passar o tempo tranquilamente, mas não faz apenas um governo de transição, mas ousadamente transformista. Inaugura uma nova geração de reforma”, disse. “O senhor que assumiu há oito meses, entregará ao seu sucessor em 1º de janeiro de 2019 um país muito melhor”.

O primeiro a falar foi o prefeito João Doria, que preferiu dar uma mensagem genérica de otimismo. "O Brasil é mais forte do que qualquer crise. Já passamos por inúmeras crises ao longo dos últimos anos. Superamos todas elas, inclusive as mais graves. Não será diferente agora", disse. Doria apelou para que os investidores presentes mantenham seus negócios no país. "Os que foram corajosos, audaciosos, e líderes verdadeiros não esmorecem e não recuam. Ao contrário, em situações de crise, de dificuldade, é que se prova a liderança", afirmou.

Sobre os destinos do governo em razão da crise política enfrentada, Doria disse que é preciso "proteger o Brasil."

Também participaram o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luiz Alberto Moreno; o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy; entre outras autoridades.

 

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