O empresário acusou "pressão pós-eleitoral" de grandes contribuintes para a votação do projeto ainda este ano.

O presidente do grupo Bandeirantes, João Carlos Saad, acusou hoje, durante audiência pública no Senado Federal, "a pressão pós-eleitoral das teles e empreiteiras, grandes contribuintes de campanhas" pela pressa na votação, ainda este ano, do PLC 116, que libera o ingresso das operadoras de telecomunicações no mercado de TV a cabo e cria cotas de conteúdo nacional.

A Andrade Gutierrez, uma das controladas da Oi, que defende a aprovação do projeto ainda este ano, contribuiu com alguns milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff e vários outros candidatos aos governos, Câmara e Senado.

Para o empresário, o projeto, que inicialmente recebia o apoio da Band, foi totalmente desvirtuado e hoje, afirma, ele tem tantos defeitos que não deveria ser aprovado neste final de ano sem que o Senado discuta com mais profundidade as suas propostas. Entre as críticas, Saad atira contra os artigos que impedem que os produtores de conteúdo audiovisual também distribuam este conteúdo. Para ele, essa proibição só atinge os brasileiros. "Este projeto é uma falsidade. Os brasileiros não poderão fazer TV a cabo ou oferecer telefone", afirmou.

Para a Band, há um problema objetivo, pois ela adquiriu este ano o controle das operações de TV a cabo da TV Cidade (que tem algumas licenças no Rio de Janeiro) e, se o projeto for aprovado tal como está, ela terá que vender essas operações ou então vender a sua emissora de radiodifusão, o que parece ser a última opção do grupo. Criticou ainda o fato de o must carry só ficar restrito aos sinais analógicos e pelo fato de deixar as teles, que vão faturar R$ 150 bilhões por ano, passarem a ter mais poderes com essa proposta.

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