Depois de três dias de muita discussão e fortes emoções, o 3º Congresso Nacional da União Geral dos Trabalhadores, que começou na terça-feira (16) e terminou na quinta-feira (18), reuniu mais de 3 mil sindicalistas de todo o Brasil, para reafirmar seu compromisso com a democracia e eleger a nova diretoria que representará a central pelos próximos quatro anos.

O SINCAB esteve presente para acompanhar a reeleição de seu presidente, Canindé Pegado, que assumiu por mais quatro anos a Secretaria Geral da UGT Nacional, tendo como compromisso básico a luta na defesa dos interesses da classe trabalhadora e o combate a todas as formas de atentado contra os direitos trabalhistas.

Durante os três dias, o auditório do Palácio das Convenções do Anhembi, ficou lotado de sindicalistas que vieram de todas as partes do país, para participar das eleições e assistir as palestras organizadas pelo Congresso, com temas como: "As reformas estruturais que o Brasil precisa"; "Desenvolvimento sustentável com justiça social" e "Trabalho e desigualdade: O futuro do emprego".

Muitos foram os elogios feitos a organização do evento e sua qualidade, bem como as críticas veladas a posição política de alguns participantes, que souberam responder enfatizando ser alí um espaço democrático onde caberia todo tipo de manifestação.

 

Pedro Simon

O segundo dia do Congresso foi marcado com a presença de políticos experientes. O gaúcho Pedro Simon, ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-senador pelo Estado por quatro mandatos, fez duras críticas ao governo federal no comando da nação. Pedro Simon fez um retrospecto dos últimos 50 anos da política brasileira. Ressaltou que o governo de Itamar Franco obteve grande credibilidade, mas que foi debochado pela imprensa por ser um homem simples.

Quanto a Fernando Henrique, o ex-senador disse que a vaidade do ex-presidente falou mais alto e que ele fez “o diabo” para comprar a sua reeleição. Para Lula, sobraram méritos com programas sociais que tiraram milhões de brasileiros da miséria. “Mas ele fechou os olhos para a corrupção que se instalou no Brasil”, disse ele.

 

Marina Silva

A ex-senadora Marina Silva, que participou do painel “Desenvolvimento Sustentável com Justiça Social”, prendeu a atenção dos participantes e convidados, quando chamou a atenção e disse que, entre todas as crises pelas quais atravessam o País e o mundo, a pior delas é “a crise de valores”. “As pessoas perderam a lógica de cuidados consigo mesmas, com os outros e com o Meio Ambiente”, disse Marina. “Estamos vivendo uma grande crise econômica, social, política, ambiental e também de valores”, concluiu.

Quanto à corrupção, Marina Silva disse não se tratar de um mal de um governo ou outro. “Não é um problema só da Dilma, do Lula, do Fernando Henrique Cardoso, é um problema nosso”, afirmou ela. Emendou, citando como exemplo, o caso dos trabalhadores que foram à luta pelos seus direitos, porque os encararam como um problema deles. "É necessário agir da mesma maneira com relação à corrupção", desabafou.

 

Outros palestrantes

As palestras seguiram a seguinte ordem: "As reformas estruturais que o Brasil precisa", teve a participação do Professor Dr. Demétrio Martinelli Magnoli e o jornalista Antônio Augusto de Queiroz, Diretor do DIAP.

No painel "Desenvolvimento sustentável com justiça social", o economista Dr. Sérgio Besserman Vianna. Além do também professor Dr. Marco Antônio Vila e a jornalista Eliane Cantanhede, que participaram do painel "Trabalho e desigualdade: O futuro do emprego".

 

Música e arte

Frente a uma platéia composta por políticos e sindicalistas, a cantora paraense, musa dos anos 80, Fafá de Belém, abriu o 3º Congresso cantando o Hino Nacional. Fafá, falou também sobre a importância desses 30 anos de redemocratização. Logo em seguida foi a vez da apresentação da Orquestra Sinfônica de SP, que foi bastante aplaudida e deu o tom de   harmonia ao Congresso.

Mas, quem levou a platéia ao delírio, foi a orquestra Instituto Pão de Açúcar, quando fez os sindicalistas cantarem Demônios da Garoa, Toquinho e se embalar com Vivaldi e Guerra-Peixe. Para não perder o embalo, o maestro Daniel Misiuk, que tem sob sua batuta cerca de 40 jovens, mostrou a importância do silêncio na música, com uma verdadeira aula de ritmo, destacando também a importância de cada instrumento que compõe uma orquestra.

Entre palestras por reformas pelo Brasil, Desenvolvimento Sustentável, nos corredores e palco do Centro de Convenções do Anhembi (SP), música, arte e trabalho indígena propiciaram aos participantes uma troca cultural.

 

 

 

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