É difícil dizer qual foi o brasileiro que não chegou a 2017 com medo do desemprego, depois de terminar um ano cheio de percalços na economia que padeceu de uma recessão brutal e jamais vista na história brasileira, onde indústria, comércio e serviços amargaram prejuízos astronômicos, inclusive com muitas empresas pedindo recuperação judicial para não ir à falência, além de somar a tudo isso às demissões em massa que ocorreram por todo o país.

"Se pegarmos os números atualizados dos desempregados no país, vamos observar que os mais de 12 milhões de brasileiros que perderam seus empregos já são suficientes para justificar tamanha agonia que tomou conta dos lares no país. 2016 foi embora, mas deixou seqüelas que só uma força conjunta de muito trabalho - entre governo, empresários e sociedade - poderá recuperar ao longo dos próximos anos a vitalidade da economia. Vamos precisar acelerar o passo e cobrar do governo federal, medidas enérgicas e incentivos voltados para a produção e o desenvolvimento para tirar o Brasil do atoleiro em que se encontra", explica Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Os brasileiros encerraram 2016 com mais medo de ficarem sem trabalho do que tinham ao fim de 2015, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 6, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Medo do Desemprego cresceu 3,6 pontos no último trimestre do ano, chegando a 64,8 pontos. Em setembro do ano passado e em dezembro de 2015, o indicador estava em 61,2 pontos.

“O aumento no fim do ano compensou a queda verificada em setembro e fez com que o índice encerrasse o ano acima do verificado em dezembro de 2015, o que indica que o brasileiro permanece receoso em relação à situação no mercado de trabalho”, avaliou a CNI no documento.

Já o Índice de Satisfação com a Vida ficou praticamente estável no último trimestre de 2016, com uma queda de 0,2 ponto em relação com setembro, passando de 67,0 pontos para 66,8 pontos. Em dezembro de 2015, esse indicador estava em 65,9 pontos.

Somente a região Sul registrou queda no Medo do Desemprego no ano passado, com recuo 5,4 pontos na comparação entre dezembro de 2015 e último mês de 2016. Foram os Estados do Sul que também apresentaram maior aumento na Satisfação com a Vida nesse período, com alta de 4,4 pontos.

Já a região Nordeste, no sentido inverso, registrou aumento de 11,3 pontos no Medo do Desemprego ao longo de 2016, com retração de 1,4 ponto na Satisfação com a Vida.