Chegamos ao fundo do poço com uma recessão jamais vista em toda história deste país. A economia encolheu, o PIB despencou, os juros subiram desordenadamente, a inflação disparou, as indústrias fecharam, o comercio afundou, o emprego desapareceu e a renda caiu. Esses foram os efeitos causados pela falta de competência de governos passados. Mas, também tivemos a questão da corrupção que se instalou no país e que ajudou a fundar ainda mais a nossa combalida economia.

Bilhões de dólares desapareceram do dia para a noite dos cofres públicos, através dos inúmeros escândalos produzidos nos últimos anos com a participação de políticos e empresários - Diga-se de passagem, a maior organização criminosa que já se teve notícia no cenário nacional. Esses acontecimentos tiveram efeitos imediatos no setor econômico, que sofreu com o sumiço dos investimentos internos e externos. Nos últimos quatro anos, com o agravamento da recessão, os empresários frearam os investimentos e diminuíram a produção. O desemprego cresceu substancialmente e chegamos ao patamar de mais de 14 milhões de desempregados em todo o país.

"Para tirar o país do mar de lama em que se encontra, precisa-se muito mais que reformas. Precisamos de um modelo econômico que incentive o consumo, o emprego, a produção e os investimentos, dando segurança jurídica aos investidores e proteção aos trabalhadores. Cadeia para políticos e empresários corruptos. E, por último, que o governo faça a sua parte e economize cortando gastos e enxugando a máquina pública. Vamos trabalhar e retomar o crescimento", conclama Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Desemprego cresce no Brasil

A parcela da força de trabalho brasileira com alguma ocupação chegou neste ano ao mais baixo patamar em mais de duas décadas.

Nem nas sucessivas crises dos anos 1990, nem durante a turbulência que levou o país pela última vez ao FMI (em 2002), tampouco durante os efeitos da crise financeira global de 2009, a ocupação tinha sido tão abatida como na recessão de agora.

Os economistas Bruno Ottoni e Tiago Barreira, da FGV, reconstruíram a série de mercado de trabalho até 1992, permitindo comparar os dados atuais com os dos últimos 25 anos.

A primeira análise que extraem dessa base de dados é que a destruição de empregos é mais severa na crise atual e persiste mesmo com os sinais mais recentes de estancamento da retração do PIB, no primeiro trimestre.

O percentual médio da força de trabalho que se declarou ocupada, em empregos com carteira assinada, informais, por conta própria e até como empregadores, recuou para 86% entre janeiro e abril deste ano. A força de trabalho inclui ainda os desempregados que procuraram trabalho recentemente.

Antes disso, o mais baixo percentual observado na série ocorreu em março de 2002 (89%), em meio à crise de confiança provocada pela vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. A atividade econômica também estava enfraquecida pelo racionamento de energia ocorrido um ano antes, no governo FHC.

Ottoni afirma que, no passado, foram breves os períodos em que a população ocupada recuou. Agora, a queda ocorre de maneira contínua desde o início de 2015.

A população ocupada encolheu em 2,3 milhões de pessoas desde que o país mergulhou na recessão, em 2014.

Para Ottoni, a destruição mais forte da ocupação agora é efeito adverso de algo muito positivo que ocorreu nos últimos anos: a maior contratação formal de trabalhadores.

O emprego com carteira assinada responde por metade das ocupações, embora a crise tenha reduzido sua vantagem.

No passado a informalidade era maior e, com isso, patrões ajustavam perdas de produção e vendas oferecendo salários mais baixos, sem necessariamente mandar o empregado embora.

Num ambiente em que o regime de trabalho é mais formal -e mais inflexível- o único ajuste possível foi a demissão maciça, diz Ottoni.

O aumento do salário mínimo, acrescenta, agravou a situação, pois impôs reajustes do piso em um ambiente já desanimador na produção. "O custo do trabalho formal passou a ser muito alto."

 

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