Essa é a segunda menor alta desde 2012 e a mais baixa para maio. Serviços prestados às famílias recuaram, de acordo com pesquisa.
O setor de serviços do país registrou o menor crescimento para o mês de maio desde 2012. O avanço foi de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2014, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (17).
Essa também é a segunda menor alta de toda a série iniciada em 2012. Antes desse resultado, o índice mais baixo havia sido registrado em fevereiro deste ano: 0,9%. Em abril e em fevereiro deste ano, o setor de serviços havia crescido mais: 1,7% e 6,1%, respectivamente.
No ano, a taxa acumula alta de 2,3% e, em 12 meses, de 3,8%. Os resultados também são os menores da série.
De acordo com o IBGE, registraram crescimento os setores de serviços profissionais, administrativos e complementares (5,5%); transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,8%), e outros serviços (0,3%).
Na outra ponta, estão as quedas de serviços prestados às famílias (-1,4%) e serviços de informação e comunicação (-0,8%).
Influenciado pela queda do poder aquisitivo da população ocupada e pelo aumento das refeições feitas fora de casa, o segmento de serviços prestados às famílias caiu 1,4% em maio, em relação ao mesmo mês de 2014, depois de avançar 1,2% em abril e 2,5% em março. Também caíram os serviços de alojamento e alimentação (1,6%) e outros serviços prestados às famílias (0,6%).
Segundo Saldanha, em maio, foi a primeira vez, em toda a série, que os serviços prestados às famílias apresentaram resultado negativo. “A gente vê uma retração bastante expressiva na renda das famílias. Uma queda no poder aquisitivo da população que está se refletindo nesses serviços que envolvem alojamento, alimentação, serviços pessoais. As famílias em geral estão num processo de contenção de demanda”, analisou Roberto Saldanha, técnico de Serviços e Comércio do IBGE.
Os serviços de informação e comunicação foram afetados pelos cortes de despesas em publicidade e propaganda por parte de governos (federal, estaduais e municipais) e empresas, contribuindo para a variação negativa nos serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias, em especial nas atividades de televisão aberta.
"As empresas e os governos estão cortando seus gastos em consultoria, publicidade e propaganda, e nesse mês, a gente identificou uma queda em serviços de engenharia muito forte, e isso em vários estados. Tudo tem a ver com o ciclo da economia, porque são governos que cortam projetos, tudo tem a ver com cortes orçamentários, e isso se reflete em menos contratação de serviços”, disse Saldanha.
Saldanha destacou que o resultado negativo dos serviços audiovisuais ocorreu também em função da Copa do Mundo. “Em maio e em junho [de 2014], eles [serviços audiovisuais] tiveram incremento de receita por causa dos contratos de publicidade.”
Rondônia
As maiores variações positivas no setor de serviços partiram de Rondônia (12,9%), Bahia (6,5%), e Pará (6,4%). As menores, de Rio Grande do Sul (0,2%), Rio de Janeiro e Santa Catarina (ambos com 0,3%) e Piauí (0,5%).
Na contramão, mostraram queda o setor de serviços do Amazonas (-8,6%), de Maranhão (-4,9%), do Espírito Santo (-4,1%), do Distrito Federal (-3,3%), de Goiás (-3,1%), do Sergipe (-2,7%), do Acre (-2,6%), de Mato Grosso (-2,3%), do Rio Grande do Norte (-1,6%), de Minas Gerais (-1,1%) e do Paraná (-0,6%).