Já estamos no segundo semestre do ano e a taxa de desemprego continua em sua trajetória de alta. O desemprego não deu trégua e chegou a 11,6% no trimestre encerrado em julho, somando quase 12 milhões de desempregados no país com a renda em queda, além de um cenário de recessão e inflação insustentável, que vem impedindo o crescimento econômico brasileiro.

"Estamos atravessando um momento muito difícil da economia brasileira. O desemprego continua em alta e a renda do trabalhador está desabando cada vez mais. Já enfrentamos muitas crises e superamos todas elas. Precisamos nos unir para enfrentarmos mais essa crise. A população está consciente de suas obrigações, mas é preciso que o governo faça a sua parte na lição de casa, promovendo as reformas necessárias sem prejudicar os trabalhadores", conclama Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A taxa de desemprego no Brasil subiu a 11,6 por cento no trimestre encerrado em julho, com quase 12 milhões de pessoas sem emprego no país e renda em queda, em meio ao cenário de recessão e inflação elevada que tem impedido reversões.

Com o resultado, mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego renovou a máxima do levantamento, iniciado em 2012. No trimestre até junho, a taxa havia sido de 11,3 por cento.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa de desemprego atingisse 11,5 por cento em julho pela mediana das projeções.

"Estamos caminhando para o terceiro trimestre e a taxa ainda está subindo e no nível mais alto dela. Isso é de estranhar em termos históricos", afirmou o coordenador da pesquisa Cimar Azeredo.

"Tradicionalmente, o número de desocupados era para estar cedendo. Isso é reflexo claro da recessão instalada no Brasil", acrescentou.

A Pnad Contínua mostrou que o total de desempregados no período de maio a julho foi de 11, 847 milhões, salto de 37,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, ou 3, 225 milhões a mais de pessoas.

Nos três meses até junho, eram 11, 586 milhões de desempregados.

A população ocupada diminuiu 1,8 por cento frente ao mesmo período do ano passado, o que representa 1, 698 milhão de pessoas a menos em relação ao ano passado.

A Pnad Contínua mostrou que nos três meses até julho houve queda de três por cento no rendimento médio em relação ao mesmo período de 2015, para 1.985 reais.

Na semana passada, dados do Ministério do Trabalho já haviam mostrado números destacando a deterioração do mercado de trabalho no mês passado, com o fechamento de 94.724 vagas, acima do esperado pelo mercado.