Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBT), na última terça-feira (5), a carga tributária brasileira subiu pelo segundo ano consecutivo e somou 35,42% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, ante um percentual de 35,04% em 2013.

A carga tributária é o valor de todos os impostos pagos pelos cidadãos e empresas na proporção das riquezas produzidas no país. O percentual de 35,42% é o maior da série histórica realizada pelo IBT, desde que foi iniciada a pesquisa em 1986.

A carga tributária oficial do país só deve ser divulgada pela Receita Federal no final do ano. Em 2013, o percentual subiu para 35,95% do PIB e bateu novo recorde.

No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, segundo o estudo do IBPT, a carga tributária cresceu 1,66 ponto percentual contra uma alta de 1,41 ponto percentual dos oito anos de mandato do presidente Lula e 3,75 pontos percentuais dos oito anos do governo FHC.

Para Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT, a maior variação registrada nos últimos quatro anos se deve ao crescimento dos tributos estaduais, cuja variação foi de 1,03 ponto percentual. Com relação aos tributos federais, o aumento registrado foi de 0,38 ponto percentual e os municipais 0,24 ponto percentual.

Em 2014, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o total de impostos pagos pelos brasileiros somou R$ 1,8 trilhão.  A soma representou recorde em relação ao volume de impostos pagos pelos brasileiros em 2013, que ficou em cerca de R$ 1,7 trilhão.

 

Carga tributária

Segundo o IBPT, desde 2004, a carga tributária brasileira cresceu 2,23 pontos percentuais, subindo de 33,19% para 35,42% em 2014. Em média, ela se elevou 0,22 pontos percentuais por ano. De acordo com o IBPT, isso representa mais de R$ 200 bilhões de arrecadação extra, provenientes dos sucessivos aumentos na carga tributária.

Em valores absolutos, já se levando em conta as alterações no cálculo do PIB feitas pelo IBGE, a arrecadação tributária passou de R$ 650,13 bilhões em 2004 para R$ 1.955,80 bilhões no ano passado. Isso representa um crescimento nominal de 201% e real de 78%, excluindo a inflação medida pelo IPCA. Ao todo, nesses dez anos, foram arrecadados R$ 12,87 trilhões em valores nominais ou R$ 17,03 trilhões em valores corrigidos.

 

Comparação entre países

O estudo do IBPT também compara a quantidade de dias necessários para pagar impostos de 27 países, entre os quais o Brasil fica na 8ª posição. Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBT, ressalta que os países que ficaram à frente do Brasil oferecem serviços públicos de melhor qualidade à população. Veja abaixo o ranking completo:

  1. Dinamarca: 176 dias
  2. França: 171 dias
  3. Suécia: 163 dias
  4. Itália: 163 dias
  5. Finlândia: 161 dias
  6. Áustria: 158 dias
  7. Noruega: 157 dias
  8. Brasil: 151 dias
  9. Hungria: 142 dias
  10. Argentina: 141 dias
  11. Bélgica: 140 dias
  12. Alemanha: 139 dias
  13. Espanha: 138 dias
  14. Islândia: 135 dias
  15. Reino unido: 132 dias
  16. Espanha: 131 dias
  17. Canadá: 130 dias
  18. Nova Zelândia: 129 dias
  19. Israel: 125 dias
  20. Japão: 124 dias
  21. Irlanda: 122 dias
  22. Suíça: 122 dias
  23. Coreia do sul: 109 dias
  24. EUA: 98 dias
  25. Uruguai: 96 dias
  26. Chile: 94 dias
  27. México: 91 dias

 

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