"Somos contra o atual fator previdenciário e defendemos a reforma da Previdência para restabelecer a antiga sistemática para a aposentadoria que é de 35 anos de trabalho para o homem e 30 anos de trabalho para a mulher, independente da idade do trabalhador. Com relação a CPMF, somos contra os ajustes fiscais que retiram os benefícios e ataca os salários dos trabalhadores. Em um momento de crise, aumentar a carga tributária para a sociedade é falta de responsabilidade e falta de sensibilidade política, pois a taxação de mais impostos neste momento representa o prolongamento da recessão, com mais inflação e desemprego", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Em queda de braço com o Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff decidiu assumir as rédeas nas negociações pela aprovação da reforma previdenciária e da recriação da CPMF, consideradas as prioridades do governo federal no primeiro semestre.

A petista aceitou a sugestão de líderes da base aliada e, a partir da próxima terça-feira (23), pretende se reunir pessoalmente com todas as bancadas de partidos da Câmara dos Deputados que apoiam a administração petista.

A agenda de encontros é preparada pelo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e a ideia é receber semanalmente três a quatro bancadas federais no Palácio do Planalto de um total de 14 partidos. Na sequência, a proposta é repetir a iniciativa com o Senado Federal.

Com a resistência do Poder Legislativo às duas propostas, o Palácio do Planalto avalia que o envolvimento direto da presidente será necessário para viabilizar uma convergência em torno das medidas.

No início do mês, a petista escalou ministros e auxiliares para negociar com as centrais sindicais e com a bancada petista o apoio à reforma previdenciária. O diagnóstico é de que, sem o apoio do PT, dificilmente será possível fazer com que outros partidos encampem a mudança.

O objetivo do governo federal é enviar ao Congresso Nacional em abril a proposta da reforma previdenciária, mesmo que ela não tenha um consenso nas bases petistas, e votar em maio a recriação do tributo.

A avaliação é de que, caso as iniciativas fiquem para o segundo semestre, dificilmente elas serão votadas por conta do chamado "recesso branco", quando deputados e senadores retornam às suas bases eleitorais para participarem das campanhas municipais.

Em relação à CPMF, a petista defende que o governo federal encontre uma alternativa que agrade prefeitos e governadores. A avaliação do Palácio do Planalto é de que, sem o apoio de governos municipais e estudais, dificilmente será possível aprovar a recriação do tributo.

Pela proposta enviada ao Congresso Nacional, o Palácio Planalto estabeleceu uma alíquota de 0,20% sobre as movimentações financeiras e propõe destinar os recursos para a Previdência Social. A ideia é enviar uma emenda parlamentar que ela eleve para 0,38%, com a possibilidade de 0,18% serem divididos meio a meio entre estados e municípios.

 

 

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