Mais um recorde negativo para a economia brasileira: as vendas do comércio (e, portanto, o consumo) recuaram quase 1% em agosto, a maior queda para o mês em 15 anos. Não é evento pontual: trata-se do sétimo resultado negativo em sequência. Entre janeiro e agosto, o tombo acumulado está em 3%.

Em resumo, as pessoas estão comprando menos e, portanto, as vendas estão em baixa. Mas por que os brasileiros estão deixando de consumir?

O motivo mais importante é a incerteza em relação ao futuro. O cidadão abre o jornal, acessa a internet, liga a tevê ou o rádio e só encontra notícias ruins sobre economia. Aí, é claro, fica com medo. Por precaução, reage aumentando a sua poupança.

Ninguém precisa ser economista para perceber que, se o desemprego está crescendo ao seu redor, as chances de ser demitido no futuro não estão descartadas — isso, se o trabalhador já não foi mandado embora.

Outra explicação: com a atividade econômica em queda, as empresas param de dar aumentos salariais. E, ao mesmo tempo, a inflação segue bem alta. Desse modo, o poder de compra das pessoas está em queda. Afinal, se você continua ganhando a mesma coisa, e o preço de tudo sobe, o que isso significa? Que você está ficando mais pobre.

Mais um fator: com a alta dos juros para segurar a inflação, não é de hoje que o crédito está mais caro. Além disso, boa parte dos consumidores já está endividada. Dessa maneira, muita gente perdeu o apetite por financiamentos de televisão, geladeira, sofá, carro novo, etc. Até mesmo as compras em supermercados e em lojas de departamento, muitas vezes parceladas no cartão, estão menos frequentes.

Quando isso tudo começará a ser revertido? Parece que vai demorar.

 

 

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