Trabalhar na rua debaixo de sol e chuva, além de ter de correr da fiscalização e ainda correr o risco de perder suas mercadorias, não é tarefa para qualquer pessoa. Mas a falta de emprego com carteira assinada e a necessidade de sobrevivência tem levado milhões de pessoas Brasil afora a tentar a sorte nas ruas das grandes cidades. O grande problema é que além da informalidade esses trabalhadores são desprovidos de proteção social, como plano de saúde e previdência e têm um salário que equivale a apenas metade dos trabalhadores formais.

"Nosso país padece de um problema crônico de falta de vagas formais de trabalho e desigualdade de renda. Entre 2013 e 2015, a desocupação aumentou vertiginosamente entre jovens de 16 a 24 anos. A renda despencou. Por isso precisamos urgentemente de medidas econômicas voltadas para a produção e o consumo, que conseqüentemente trarão investimentos e empregos de volta", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Os trabalhadores informais não só trabalham desprovidos de proteção social, como plano de saúde e previdência, como têm um salário que equivale a apenas metade do dos trabalhadores formais, assim como tiveram uma queda maior da renda em 2015. É o que mostram os dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, por meio da Síntese de Indicadores Sociais. No ano passado, enquanto a renda média real dos trabalhadores com carteira assinada ficou em R$ 2.195, a dos sem carteira era de apenas R$ 1.174. A queda na renda para esse grupo também foi maior em 2015: encolheu 8,28%, enquanto que para os formais a queda foi bem menor, de 3,43%, em relação ao ano anterior.

Entre 2005 e 2015, o IBGE captou um aumento de 39,9% no número de trabalhadores em trabalhos formais, totalizando 54,8 milhões nessas condições. Em 2015, o percentual de pessoas em trabalhos formais era 58,2%, contra 46,2% em 2005.

Em 2015, pela primeira vez na década, a população ocupada sofreu uma redução em relação ao ano anterior em números absolutos (3,7 milhões) e em termos relativos (3,8%). Na década, a redução média no nível de ocupação foi de 6,7% e, em relação a 2014, -5,2%. Os mais afetados com essa redução do nível de ocupação foram os mais jovens com idade entre 16 e 24 anos (-15,4% na década e -10,7% em relação a 2014) e as pessoas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto de escolaridade (-16,2%).

A análise da evolução do número de desempregados, entre 2005 e 2015, mostra que houve trajetória de queda até 2012, tendo um aumento de 18,9% apenas em 2009, cujo resultado foi reflexo de um cenário nacional e internacional de queda da atividade econômica frente à crise econômica e financeira mundial de 2008. Contudo, o período de 2013 a 2015 se caracterizou pelo aumento da desocupação, com o maior crescimento da população desocupada, em 2015, em relação ao ano anterior (38,9%). Em 2015, dos 9,8 milhões de desocupados, quase 42% eram jovens de 16 a 24 anos de idade. A taxa de desemprego era mais elevada para os jovens (22,8%) e mulheres (11,6%) em 2015.

 

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