Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 37,6%, ou seja, mais de um terço das negociações salariais feitas em julho deste ano resultaram em reajustes abaixo da inflação. Por outro lado, o número de acordos coletivos com redução salarial está em queda: foram apenas nove em julho, bem abaixo dos 23 em junho, 28 em maio e 34 em abril. São números reveladores de uma economia fraca, que coloca o trabalhador em situação de desvantagem, pois acaba vendo seus rendimentos sumirem mensalmente diante do dragão inflacionário.

“Quem acaba perdendo com tudo isso é o trabalhador que diante de uma crise econômica avassaladora que estamos enfrentando, vê seu salário se achatando cada vez mais diante de uma inflação galopante, que retira o poder de compra das famílias e, por outro lado, provoca a falência de indústrias e comércio”, revela Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Mais de um terço (37,6%) das negociações salariais feitas em julho resultou em reajustes abaixo da inflação. A proporção é maior que a verificada no mês anterior (25,2%). Por outro lado, o número de acordos coletivos com redução salarial está em queda: foram apenas nove em julho, bem abaixo dos 23 em junho, 28 em maio e 34 em abril. Os dados são do boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe), com base em dados informados ao Ministério do Trabalho e Emprego.

A mediana dos ajustes salariais com vigência em julho ficou em 9,5%, igual à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulada nos 12 meses anteriores, conforme a primeira estimativa dos resultados das negociações coletivas. Em junho, foi de 9,8%, também igual à inflação, informa a Fipe, com resultados fechados de 601 negociações, das quais apenas 167 trataram de ajustes salariais e 151 de pisos salariais.

A tendência de paridade entre reajustes e inflação se mantém desde abril. Antes disso, a diferença — em favor da inflação — veio em declínio neste ano: em março, o ajuste mediano ficou 0,1 ponto percentual abaixo do INPC acumulado; em fevereiro, 0,3 ponto percentual; e, em janeiro, 0,8 ponto percentual.

Porém, 37,6% das negociações resultaram em ajustes salariais abaixo do índice. A fatia é maior do que a verificada no mês anterior, quando um quarto (25,2%) dos acordos acabaram em resultado inferior à inflação. Mas fica próxima do índice verificado em maio (36%) e abril (36%). A tendência predominante neste ano, contudo, é de declínio na fatia de reajustes que ficam abaixo do INPC: em abril foi de 41,4%, em março foi de 53,6%, em fevereiro, de 58,5% e, em janeiro, de 68,7%.

 

ACORDOS COM REDUÇÃO EM QUEDA

Dos 167 acordos coletivos que trataram de ajustes salariais, nove estabeleceram redução de jornada acompanhada de redução de salários, e destes, apenas um se apoiou no Programa de Proteção do Emprego (PPE), contra cinco de junho, oito de maio e quatro de abril, informa o Salariômetro, que analisou 497 acordos desde janeiro de 2015. É a mais longa sequência de recuos no número de acordos com redução salarial desde o início da série.

 

PISO AVANÇA

A mediana do piso salarial com vigência em julho foi R$ 1.089 (23,8% maior que o salário mínimo, de R$ 880), contra R$ 1.055 de junho. Nas convenções, o piso mediano foi R$ 1.085, contra R$ 1.100 no mês anterior, enquanto nos acordos, foi R$ 1.089, contra R$ 1.053 do período prévio.

O maior piso é o de São Paulo (R$ 1.182) e o menor, do Rio Grande do Norte (R$ 893). A folha de salários, estimada a partir do volume de depósitos vinculados ao FGTS, equivale a R$ 99,3 bilhões, no dado dessazonalizado referente ao mês de maio. A cifra é 0,7% maior que a observada no mês anterior (R$ 98,6 bilhões) e 2,5% menor que em maio de 2015 (R$ 101,8 bilhões).

O valor anualizado da folha salarial de maio é de aproximadamente R$ 1,19 trilhão. Esta é a massa salarial anual do setor coberto pela CLT, que não inclui os rendimentos dos funcionários públicos estatutários e dos trabalhadores informais.

 

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