E a sangria continua. Perdemos 531 mil vagas de emprego formais somente na primeira metade deste ano. Quinze meses seguidos de fechamento de vagas de trabalho, mostra que realmente a economia brasileira está cada vez mais debilitada e sem perspectivas de melhora.

O cenário é desolador e transmite uma sensação de insegurança que acaba gerando efeitos em todos os setores de atividade da economia. O consumo em baixa acaba afetando o comércio e a indústria, que por sua vez trava a atividade econômica e gera desemprego." O Brasil precisa urgentemente de medidas econômicas promovidas pelo governo, que façam retornar os investimento e que tragam de volta o emprego e o crescimento econômico e sustentável, para que o país volte a reagir, diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

As demissões superaram as contratações em 531.765 vagas formais no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho.

Foi o pior resultado para um primeiro semestre desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, que, neste caso, começa em 2002.

O desemprego avança no país em meio à maior recessão da economia brasileira dos últimos 25 anos. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) "encolheu" 3,8% e, para este ano, a previsão do mercado financeiro é de nova queda da atividade econômica.

Os números de criação de empregos formais do primeiro semestre, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro a maio. Os dados de junho ainda são considerados sem ajuste.

Apenas no mês de junho, ainda segundo dados oficiais, as demissões superaram as contratações em 91.032 vagas formais.

Este foi o décimo quinto mês seguido de fechamento de vagas com carteira assinada. O último mês com contratações acima das demissões foi março do ano passado, quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho.

Apesar de negativo, o resultado do mês passado foi menos ruim do que o registrado em junho de 2015, quando foram fechados 111.199 postos de trabalho - pior resultado para meses de junho desde o início da série histórica do indicador, em 1992.

"A economia está num processo de recuperação lento. Mês a mês, o estoque negativo de desemprego vem reduzindo. Se você comparar o mês de junho [deste ano] com o mês de junho de 2015, nós podemos comemorar", disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

 

Em 12 meses, mais de 1,7 milhão de demissões

O Ministério do Trabalho informou também que, nos últimos doze meses até junho, foi registrada a demissão de 1.765.024 trabalhadores com carteira assinada.

Ao final de junho, o país tinha um total de 39,16 milhões de trabalhadores empregados formalmente. No mesmo mês do ano passado, eram 40,92 milhões.

No primeiro semestre deste ano, de acordo com o Ministério do Trabalho, quase todos os setores da economia demitiram trabalhadores, com exceção da administração pública, que abriu 18.790 vagas, e da agricultura (+89.954 empregos com carteira assinada).

O comércio liderou o fechamento de vagas com carteira assinada nos seis primeiros meses deste ano, com 253.855 demissões. Em segundo lugar está a indústria de transformação, com 139.927 vagas fechadas.

O setor de serviços fechou 123.799 vagas com carteira assinada, ao mesmo tempo em que a construção civil registrou a demissão de 114.099 postos formais no primeiro semestre de 2016.

A indústria extrativa mineral demitiu 4.908 empregados nos seis primeiros meses deste ano, enquanto que os serviços industriais de utilidade pública registraram o fechamento de 3.921 vagas formais.

 

Números regionais

Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em quase todas as regiões do país no primeiro semestre de 2016, com exceção do Centro-Oeste, que abriu 12.848 vagas neste período.

A região Sudeste foi a que teve mais trabalhadores demitidos nos seis primeiros meses deste ano, quando 263.892 pessoas perderam o emprego.

A região Nordeste, por sua vez, registrou a demissão de 201.037 trabalhadores, enquanto a região Norte contabilizou o fechamento de 41.797 vagas formais. Já a região Sul fechou 37.887 empregos com carteira assinada no primeiro semestre deste ano.

 

 

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