Apesar de termos mais de 12 milhões de desempregados em todo o país, as empresas de um modo geral andam tendo dificuldades na hora de preencher vagas. Em meio à crise, tornou-se uma constante as pessoas se candidatarem a qualquer vaga de trabalho sem focarem nos seus objetivos e formação profissional. Uma pesquisa feita neste ano por uma consultoria de RH apontou que 43% dos empresários brasileiros tiveram dificuldades em preencher as vagas de suas empresas.

"São reflexos de uma crise aguda que se instalou e trouxe a reboque o desespero para os desempregados. Na ânsia de conseguir uma vaga de trabalho, as pessoas pegam qualquer emprego sem focar naquilo que realmente estão qualificadas para desempenhar. Isso acaba por produzir uma insatisfação dos dois lados: O patrão não consegue preencher a vaga e as pessoas acabam voltando para a fila do desemprego", avalia Canindé pegado, presidente do SINCAB.

Em meio à crise, aceitar qualquer vaga de trabalho por falta de qualificação apenas para gerar um ganho extra pode dificultar a recolocação no mercado, segundo avaliação do consultor de Recursos Humanos de São Carlos (SP) Carlos Eduardo Petroni. Segundo ele, mesmo com tanta gente desempregada, é preciso ter foco na área que mais se identifica.

"Ela deve se autoconhecer, verificar aquilo que ela realmente gosta de fazer e em que pretende se desenvolver. Demonstrar claramente que pode contribuir para a empresa e essa vontade de crescer com ela. Uma pergunta que gosto de fazer para as pessoas é: você se contrataria?", disse o consultor.

Uma pesquisa feita por uma empresa de RH apontou que, neste ano, 43% dos empresários brasileiros tiveram dificuldade para preencher as vagas. A comerciante Ana Rita Risitano contou que recebeu 260 currículos para preencher três vagas em seu estabelecimento, mas está difícil selecionar.

“Foram dez pessoas para fazer entrevistas. Dessas, vieram oito. Hoje em dia a maior dificuldade do empresário é a qualificação, é colocar as pessoas certas nos lugares corretos”, disse.

 

Satisfação

A balconista Liliane Matos da Silva trabalha em uma padaria há 6 anos e não pensa em sair. “Se você tem carinho e gosta do que faz, sai mais bem feito, o cliente sai satisfeito, tudo caminha melhor”, disse.

É de gente assim que o dono, Jelder Franco Lui, disse precisar, mas também reclamou da dificuldade quando resolve fazer contratação.

“A pessoa procura emprego, fala que está precisando, a gente abre a oportunidade, passa a maior parte do dia dando treinamento e no fim a pessoa fala que não é o que está pensando ou no outro nem aparece para continuar. Então a gente procura sempre pegar por indicação e pessoas que a gente sabe que estão há mais tempo nesse ramo de atividade”, disse.

Na Casa do Trabalhador, o que mais tem são candidatos em busca de emprego. Na hora do desespero, muitos garantem que fazem de tudo um pouco. “Trabalho como conferente e auxiliar. Hoje em dia a gente não pode escolher”, disse o auxiliar de limpeza Julio Marcos Lima. “Tenho experiência de repositor, borracheiro, pintor, servente, já fiz muitas coisas. Se tiver que trabalhar de fim de semana, eu vou porque está difícil”, disse o repositor Anibal Antonio Sales Junior.

O consultor de RH explica que o candidato à vaga deve sempre deixar bem claro o que sabe fazer. Se tiver alguma limitação de horário ou função, é bom falar e não deixar para depois que já estiver contratado.

Desempregado há um mês, o vendedor Fagner Luis Roberto procura vaga em áreas em que já tem experiência. “Eu trabalho no setor de vendas, então vou aproveitar o fim do ano para ver se tem alguma oportunidade”, disse.

 

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