Se as previsões do Credit Suisse se confirmarem, o Brasil terá que lidar com sérios problemas durante 2017. Passar dos atuais 12,1 milhões de desempregados para 13,7 milhões significa não só aumentar o desemprego no país, como também à quebradeira da indústria, comércio e serviços. Seria o caos da economia brasileira, num momento em que o PIB está fraco e vai demorar a crescer. Se confirmadas as previsões, o número de empresas que pedirão recuperação judicial e irão à falência aumentará radicalmente.

Somente no ano passado 1.863 empresas pediram recuperação judicial, alta de 44,8% ante 2015. O número de falências também cresceu substancialmente, o comércio liderou entre os setores, com 746 pedidos no ano passado. Entre as indústrias, os pedidos subiram de 644 para 676, entre 2015 e 2016. No comércio, o total subiu de 416 para 424, na mesma comparação, segundo estudo da Serasa Experian.

"Se 12 milhões de desempregados já causa um tremor impressionante nos alicerces da economia, quem dirá ter um contingente maior que 13 milhões. São números impressionantes e cada vez maiores de pessoas desempregadas e muitas vezes passando necessidades, às vezes até sem ter como alimentar suas famílias. Tudo isso é fruto de uma recessão que projetou inflação alta, queda no emprego, na renda, encarecimento do crédito e dos juros. Precisamos buscar políticas voltadas para o desenvolvimento e tirar o país do buraco em que se meteu. É hora de menos discursos e mais resultados", afirma Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A taxa de desemprego no Brasil deve avançar dos 11,9% registrados no trimestre encerrado em novembro de 2016 para o pico de 13,5% em meados de 2017, segundo cálculos do Credit Suisse. "Esperamos uma deterioração adicional das condições do mercado de trabalho em 2017", diz o banco, em relatório.

Se as estimativas do banco se confirmarem, o total de desempregados no País passaria de 12,1 milhões, segundo o dado mais recente, para 13,7 milhões - um novo recorde da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) Contínua iniciada em 2012.

"Nosso cenário é compatível com a taxa de desemprego se aproximando de 13,5% em meados de 2017, mantendo-se estável no 3º trimestre e gradualmente declinando a partir do 4º trimestre de 2017", diz o relatório. O banco estima ainda que a taxa média de desemprego registrada ao longo do ano deve avançar de 11,4% em 2016 para 13,0% em 2017.

 

Desemprego ampliado

O Credit Suisse calcula ainda que o desemprego "ampliado" é quase o dobro da taxa oficial. Segundo estimativas do banco, quando se leva em consideração pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana e trabalhadores que têm potencial de entrar no mercado de trabalho, mas estão sem emprego, a taxa de desocupação no Brasil está em 21,2% - ante 11,9% do trimestre até novembro de 2016.

 

Setores mais afetados

Ainda segundo o Credit Suisse, o avanço do desemprego foi mais intenso nos setores com maior produtividade do trabalho. "A maior parte dos setores de alta produtividade (atividades imobiliárias, intermediação financeira, serviços de informação) conseguiu ajustar mais rapidamente o seu nível de emprego como resposta para a recessão", avalia o banco.

 

Recuperação do mercado de trabalho

A instituição financeira calcula que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro precisaria crescer 1,7% no 4º trimestre de 2017 para que a taxa de desemprego parasse de avançar ainda neste ano. "Com base na nossa projeção de crescimento do PIB próximo de 1,5% na comparação anual no 4º trimestre de 2017, o exercício sugere que a taxa de desemprego só cairá a partir de 2018", estimam os analistas do Credit Suisse.

 

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