São às mulheres que no mundo inteiro enfrentam jornadas de trabalho exaustivas, do chão de fabrica até os mais altos escalões executivos, mas que ganham em média 59% do salário dos homens. Então como explicar tão absurda desigualdade salarial, se elas concorrem de igual para igual com os homens? Conforme o Fórum Econômico Mundial, em apenas cinco países a diferença salarial entre homem e mulher é inferior a 20%, varia de 20% a 40% em 88 países e de 40% a 50% em outras 35 nações. O relatório avalia que a participação econômica das mulheres e oportunidades melhorou globalmente, mas nenhum país alcançou paridade de salário.

"No Brasil a situação chega a ser humilhante, com mulheres ganhando até 50% menos que os homens por trabalho idêntico. Por isso não vamos esperar 170 anos, vamos lutar juntos para mudar esse quadro e valorizar o trabalho das mulheres", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

A igualdade salarial entre homens e mulheres não se tornará realidade até 2186, daqui a 170 anos, indica o Fórum Econômico Mundial (WEF) em um relatório sobre a paridade entre homens e mulheres divulgado nesta quarta-feira (26).

A Islândia lidera a classificação de países com maior igualdade entre homens e mulheres, na qual a Nicarágua ocupa um honroso décimo lugar, segundo o documento.

O Brasil, por sua vez, aparece apenas na 79ª posição no ranking geral.

No ano passado o relatório apontava que seriam necessários “apenas” 118 anos para alcançar a igualdade salarial, disse à AFP Saadia Zahidi, uma das responsáveis por este relatório anual.

Em 2016, as mulheres ganham em média 59% do que os homens recebem, segundo o estudo sobre 144 países, que também avalia as diferenças entre sexos em matéria de educação, saúde e emancipação política.

Concretamente, se um homem ganha 100, uma mulher recebe apenas 59 pelo mesmo trabalho, e na maioria dos casos trabalhando mais horas.

Em 2008, esta proporção era de 58,3% e em 2013, o melhor ano deste índice que existe desde 2006, foi de 59,9%.

Por países, os 10 mais igualitários são Islândia, Finlândia, Noruega, Suécia, Ruanda, Irlanda, Filipinas, Eslovênia, Nova Zelândia e Nicarágua.

Na Islândia, que lidera a lista pelo oitavo ano consecutivo, os homens recebem apenas 13% a mais que as mulheres.

Por regiões, a Europa ocidental ocupa a liderança, seguida pela América do Norte, América Latina e Caribe, Europa Oriental e Ásia Central. São seguidos pelo leste da Ásia e pelo Pacífico, pela África Subsaariana, pelo sul da Ásia, Oriente Médio e África do Norte.

Em nível mundial, 80% dos homens têm uma atividade, contra 54% das mulheres, enquanto o número de mulheres que ocupam cargos de responsabilidade continua sendo muito baixo.

Em apenas quatro países existe igualdade entre homens e mulheres em nível de dirigentes empresariais, embora em cerca de 100 países a taxa de mulheres com diplomas universitários seja maior ou superior que a de homens.

Em 2016, os avanços mais importantes em igualdade salarial foram registrados no setor da educação, onde a diferença entre homens e mulheres caiu 1%.

 

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