Lucratividade em baixa, orçamento apertado e estruturas inchadas, empresas estatais tentam se reestruturar mandando milhares de funcionários para casa através de PDVs e PAEs, economizando bilhões de reais nos próximos anos. Segundo o Ministério do Planejamento, mais de 50 mil funcionários foram dispensados nos últimos anos com programas de demissão voluntária e aposentadoria incentivada. A estratégia é cortar custos e ganhar eficiência, já que algumas dessas empresas continuam com seus planos em aberto, como é o caso da Dataprev e Eletrobrás.

"Sem mostrar sinais de recuperação, contundentes, o país atravessa uma das maiores crises de toda sua história. Milhares de empresas continuam fechando as portas todos os dias e demitindo em escala assustadora. Somos quase 14 milhões de desempregados. Os indicadores econômicos falam de uma recuperação a longo prazo que deverá começar, acanhadamente, no segundo semestre de 2017. Até lá continuaremos a ouvir discursos do governo sobre o país estar no caminho certo e que já existe sinais de recuperação", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse nesta última quinta-feira (27) que a companhia chegou a 1,9 mil adesões no Plano de Aposentadoria Extraordinária da Eletrobras (PAE), que começou a ser sendo implantado em maio. O programa de aposentadoria foi criado para atingir até 4.607 empregados. Segundo Ferreira Junior, a companhia espera economizar mais de R$ 900 milhões por ano com a iniciativa.

Ele participou de uma palestra sobre Energia na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.

O programa de aposentadoria foi criado para incluir holding e subsidiárias, como parte das iniciativas previstas no Plano Diretor de Negócios e Gestão para o período 2017-21.

As adesões voluntárias ao PAE foram divididas em dois períodos, sendo o primeiro até o dia 30 de junho, enquanto o segundo ocorrerá entre 10 e 31 de julho. Os desligamentos ocorrerão entre junho e dezembro de 2017.

São considerados elegíveis ao plano empregados com idade igual ou superior a 55 anos e com pelo menos dez anos de vínculo empregatício com a empresa, no momento do desligamento, que sejam aposentados pela previdência oficial ou em condições de aposentadoria pela previdência oficial até a data de desligamento, de acordo com as regras atuais do INSS.

Para um auditório lotado que reuniu representantes do setor elétrico e investidores, Ferreira Júnior abriu a palestra dizendo que acaba de completar um ano à frente da Eletrobras e disse que é um momento bom para um balanço.

Disse ser um momento delicado do país. "Já avançamos, mas tem muito para avançar".

Inicialmente o executivo fez uma explanação sobre como encontrou a empresa em 2016. Apresentando gráficos, ele disse que a partir da edição da Medida Provisória 579, que trata da renovação dos contratos de concessões elétricas, a companhia teve um aumento no endividamento da companhia. Ele listou algumas iniciativas que já estão sendo executadas para diminuir as perdas. "Para reduzir a dívida, precisamos desapegar de algumas coisas".

Estão entre essas medidas desde o uso compartilhado de secretárias pelas diretorias até a redução do número de prédios da empresa. Segundo ele, no Rio de Janeiro, a companhia vai funcionar em dois prédios até o final do ano. Atualmente, a Eletrobras ocupa seis prédios na cidade.

 

Venda de distribuidoras

O presidente da Eletrobras disse que o plano para venda das seis distribuidoras de eletricidade que atuam no Norte e Nordeste está atrasado. A primeira reunião com o BNDES para discutir a modelagem, que deveria ter ocorrido em julho, vai acontecer na próxima segunda-feira (31). No entanto, ele confirma a intenção de realizar a venda ainda este ano, entre novembro e dezembro.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha junto com a companhia para fazer uma avaliação financeira dessas distribuidoras e definir o modelo em que elas deverão ser privatizadas.

 

Ativos dos parques eólicos e linhas de transmissão

Wilson Ferreira confirmou ainda que até o final de agosto, o banco BTG Pactual vai entregar a modelagem da venda das participações acionárias de 80 projetos (74 operacionais e 6 outorgas) de energia dos parques eólicos e de linhas de transmissão. A companhia contratou em maio o banco para auxiliar no modelo de venda. Ele disse que espera fazer as vendas ainda este ano.

 

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