Essa tem sido uma rotina constante no dia a dia do País. São comércios fechando as portas, indústrias diminuindo o ritmo da produção e milhares de trabalhadores sendo demitidos. Já temos quase 12 milhões de desempregados em todo o Brasil, e o número não para de crescer.

A alternativa para diminuir o aumento de desempregados tem sido os acordos que os sindicatos estão fazendo com as empresas, como no caso das montadoras de veículos, que apenas dão sobrevida ao trabalhador, mas que não resolve a questão do desemprego no país. "Queremos medidas urgentes e pontuais, para estancar essa sangria do desemprego. Estamos cansados dos discursos que prometem resolver a questão econômica, mas que transfere para o trabalhador o ônus do desemprego", desabafa Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista e a Volkswagen fecharam nesta terça-feira (02) um acordo para evitar a demissão sumária de 3,6 mil metalúrgicos da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, no Grande ABC. De acordo com o sindicato, esse número de funcionários era considerado excedente pela montadora.

O acordo valerá até 2021 e prevê a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e da utilização de instrumentos como o layoff (suspensão de contratos) e o Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

O acordo foi fechado nesta terça-feira (02) após mais de dois meses de negociação.

“Foi a negociação mais difícil já conduzida com a Volkswagen, pois se deu em meio a uma conjuntura econômica muito difícil. Estamos tendo de ajustar acordos que estavam em curso em função da queda na produção, que tem sido muito forte. Conseguimos melhorar bastante a proposta durante o processo, mantendo itens econômicos importantes e afastando o risco de demissão. Foi uma vitória”, disse o secretário-geral do sindicato, Wagner Santana.

 

Demissões voluntárias

O PDV será aberto a partir de quinta-feira (4) e é destinado aos trabalhadores da produção e mensalistas. Os empregados poderão aderir ao programa até 30 de setembro. Após esse período, se ainda houver excedente de trabalhadores, pode haver adesão ao PPE, que poderá ser feito com a redução de até 30% da jornada de trabalho e de 15% nos salários.

Se ainda assim houver excedente de trabalhadores, eles serão colocados em layoff por até cinco meses e, após esse período, será feito o desligamento. Segundo o sindicato, o acordo também prevê congelamento de salários pelos próximos cinco anos, apenas com a reposição da inflação no período.

Em nota, a Volkswagen informou que considera a aprovação do acordo “um importante passo no aprimoramento das relações trabalhistas”.

“Empresa e sindicato chegaram nesta semana a uma proposta do PDV que garantiu o equilíbrio entre as necessidades do negócio e dos trabalhadores, com elementos que nos permitirão fazer frente aos desafios atuais, por meio de mecanismos de adequação das estruturas de custos e de efetivo da unidade Anchieta”, diz o comunicado da montadora.

 

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