SÃO PAULO  -  A perspectiva de continuidade da política de juro baixo dos principais bancos centrais do mundo combinada com uma nova rodada de dados positivos sobre a economia americana ampara uma sessão de busca por ações nesta quinta-feira.

O Ibovespa segue o bom humor dos mercados internacionais e operava em alta de 1,17% pouco depois das 14 horas, somando 48.800 pontos. Vale ONA ganhava 1,67% e Petrobras PN avançava 3,3%. A Bolsa começa agosto com tom positivo, depois de julho ter sido o primeiro mês do ano a fechar no azul, com ganho de apenas 1,64%. A atividade industrial da China e a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, de manter o programa de compra de títulos contribuem para o otimismo pelo mundo, dizem operadores.

Vale apontar ainda que a BM&FBovespa divulgou a primeira prévia para a carteira válida de setembro a dezembro. Do total de 73 ações da nova carteira do Ibovespa, 27 elevaram o peso (percentual absoluto) no portfólio. Esse número inclui Anhanguera e Kroton, que estreiam na lista. Com exceção das novatas, o papel que mais ganhou peso (+2,72%) foi justamente OGX ON.

Do lado do câmbio, a pressão segue firme nesta quinta-feira, com o dólar operando muito perto das máximas em mais de quatro anos, colado na taxa de R$ 2,30. De modo geral, os negócios aqui acompanham o movimento da moeda americana no exterior, em mais um dia de dados positivos nos Estados Unidos que amparam um cenário de redução de liquidez pelo Fed.

Mas fatores domésticos continuam interferindo no preço do dólar e contribuem para manter a demanda pela moeda. Operadores notaram ao longo da manhã saídas de recursos pela conta financeira, que superaram algumas entradas do lado comercial. Além disso, os investidores estrangeiros seguem ampliando suas posições compradas em dólar via contratos futuros na BM&F, movimento que ajudou a puxar o dólar para setembro a R$ 2,3145.

A forte volatilidade observada no mercado brasileiro de câmbio ontem, dia em que o dólar superou pela primeira vez em quatro anos a marca de R$ 2,30 e o Banco Central (BC) realizou o maior número de leilões de swaps cambiais tradicionais em 11 anos, é justificada quando se observam as variações nas posições de investidores nos mercados de dólar futuro e cupom cambial da BM&F.

Os investidores estrangeiros tomaram, em termos líquidos, US$ 2,06 bilhões em dólar futuro e cupom cambial, elevando sua posição comprada em dólar nesses papéis a US$ 11,84 bilhões. É a maior posição do tipo desde 9 de março de 2009, quando, sob impacto da forte aversão a risco em meio ao auge da crise financeira que havia explodido meses antes, os não residentes sustentaram US$ 12,70 bilhões em apostas na alta do dólar por esses contratos.

Ao mesmo tempo, os investidores institucionais, categoria da qual fazem seguradoras, fundos de investimento e de pensão, ampliaram sua posição comprada em dólar naqueles contratos em expressivos US$ 7,33 bilhões, para US$ 25,03 bilhões, a maior posição desse tipo desde 24 de junho, quando esse montante estava em US$ 25,186 bilhões.

Pouco depois das 14 horas, o dólar comercial subia 0,74%, para R$ 2,2990, perto da máxima do dia, de R$ 2,300. No mercado futuro, o dólar para setembro avançava 0,93%, a R$ 2,314.

A alta da moeda americana deixa o mercado em alerta para novas intervenções do BC. Ainda assim, o BC por ora preferiu ficar de fora do mercado, mesmo após a moeda ter alcançado a taxa de R$ 2,30.

Ontem, a autoridade monetária realizou três leilões de swap cambial tradicional, que corresponde a uma venda de dólares no mercado futuro, após a moeda americana superar no mercado de balcão a marca de R$ 2,30. Foi o maior número de leilões de swap num só dia desde agosto de 2002. No total, o BC vendeu o equivalente a US$ 2,25 bilhões nesses contratos, cuja venda equivale a uma injeção de dólares no mercado futuro.

Na visão do BNP Paribas, embora o BC tenha intensificado a atuação quando o dólar bateu em R$ 2,30, a autoridade monetária não está defendendo exatamente essa taxa. “O BC está apenas garantindo que o real não se deprecie fortemente”, avalia o BNP Paribas, reiterando sua posição comprada em dólar ante o real via mercado de opções - posição essa que expira em duas semanas.

Os juros futuros operaram mais uma vez atrelados ao movimento do mercado externo, onde dados econômicos mais fortes provocaram uma nova onda de alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano para cima dos 2,60%. 

Além de dados americanos e da China, os investidores receberam nesta jornada a produção industrial brasileira em junho, que cresceu 1,90%, ante expectativa de 1,20%, segundo levantamento do Valor Data. Pouco depois das 14 horas, o DI janeiro/2015 tem taxa de 9,74%. O DI janeiro/2017 operava a 10,97%, contra 10,76% de ontem.

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