As expectativas dos empresários do comércio e serviços não são nada boas para o final deste ano. De acordo com um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 85% dos empresários não contrataram e não vão contratar trabalhadores para este fim de ano. A principal razão é não ver necessidade na ampliação do quadro de funcionários, acreditando que a equipe atual dará conta do volume de clientes aguardados para o período. Outras justificativas são a expectativa de baixa demanda no fim do ano e a falta de dinheiro para pagar mão de obra extra.

"O que se percebe é um aumento generalizado do pessimismo no setor de varejo e serviços. O brasileiro de um modo geral vem ao longo do ano perdendo com o desemprego e com a renda em baixa. Isso significa que aqueles que estão empregados, serão cuidadosos com os gastos de fim de ano, tendo em vista as perspectivas nada animadoras para o ano que vem que ensaia uma retomada somente a partir do segundo semestre. Sendo assim a ordem é poupar o máximo possível, o que leva os patrões a evitar novas contratações", explica Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Oito em cada 10 (84,6%) empresários não contrataram e nem pretendem contratar trabalhadores para este fim de ano, incluindo os temporários, de acordo com um levantamento feito nas 27 capitais e no interior do país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

De acordo com a pesquisa, 15,4% dos empresários têm a intenção de reforçar o quadro de funcionários. Levando em consideração o setor do varejo e serviços, 27,2 mil vagas extras deverão ser criadas, o que mostra cenário de estabilidade frente às 24,4 mil do ano passado.

Para quem não vai contratar, seja temporário ou efetivo, a principal razão é não ver necessidade na ampliação do quadro de funcionários, acreditando que a equipe atual dará conta do volume de clientes aguardados para o período (46,6%). Outras justificativas são a expectativa de baixa demanda no fim do ano (13,2%) e a falta de dinheiro para pagar mão de obra extra (12,2%).

Mesmo sem reforçar o tamanho da equipe, 45,9% também disseram que não irão alterar a jornada de trabalho de seus funcionários por não haver um aumento significativo no número de clientes. Os que vão aumentar o número de horas trabalhadas por dia da atual equipe são apenas 10,8% da amostra.

 

Razões para contratar

Levando em consideração os empresários que pretendem contratar mão de obra temporária, a principal razão é suprir a demanda que aumenta com a proximidade das festas de fim de ano (63,2%), seguida da alta rotatividade dos funcionários que leva à necessidade de ocupar os cargos disponíveis (14,7%). Entre temporários e efetivos, a média geral será de dois contratados por empresa, número igual ao verificado no ano passado.

A pesquisa revela que mesmo entre quem têm interesse em contratar, há um clima de incerteza. Entre 2015 e 2016, aumentou de 0,9% para 28,2% o percentual de empresários que não quiseram responder ou estão indecisos sobre quantidade de funcionários que planejam contratar - o que sugere, segundo os especialistas do SPC Brasil e da CNDL, que parte do empresariado está cautelosa, à espera das reações do mercado antes de tomar uma decisão concreta.

 

Efetivação de temporários

O percentual dos que pretendem efetivar os temporários após o término do contrato é de 26,4%. No passado eram 39,4% da amostra. Após o período de três meses, a maior parte (47,9%) dos empresários irá dispensar essa mão de obra adicional, ao passo que 25,7% estão indecisos ou não responderam sobre o que irão fazer.

Entre aqueles que pretendem contratar, a maior parte será de modo informal. Segundo o estudo, 37,9% dos empresários não vão assinar a carteira de trabalho dos novos colaboradores, principalmente no setor de serviços (46,0%). Outros 30,6% garantem que as contratações serão formalizadas pela empresa, enquanto 23,1% vão optar pelos terceirizados.

 

Vendas piores

Três em cada dez (31,4%) empresários ouvidos na pesquisa acreditam que as vendas neste fim de ano serão piores do que em 2015, sobretudo no setor de serviços (35,4%). Os otimistas representam apenas 22,9% da amostra, enquanto 35,6% acreditam que as vendas repetirão o desempenho do ano passado, período também marcado pelas dificuldades da crise.

Já entre a parcela minoritária de empresários que espera melhora nos negócios, a principal justificativa tem a ver com a mudança no cenário político e econômico dos últimos meses, que passou de 5,3% em 2015 para 17,4% em 2016. Na avaliação dos empresários pessimistas, os principais motivos para um pior desempenho das vendas são o aumento do desemprego (23,7%) e as mudanças no cenário político e econômico do país (17,1%).

Completam o ranking de problemas o orçamento mais apertado das famílias (13,8%), os juros elevados (11,6%) e a diminuição do poder de compra em virtude da inflação elevada (10,3%).

 

Investimentos

Em 2016, somente dois em cada dez (22,2%) empresários dos setores de comércio e serviços pretendem investir no seu negócio para o período do Natal, o que representa uma queda de 4,4 pontos percentuais ao observado em 2015 - embora haja perspectivas um pouco melhores no comércio varejista (27,9%) e nas capitais (26,9%). A principal justifica para quem não irá investir é não ver necessidade diante da baixa perspectiva de que a demanda aumentará (49,8%).

 

Demissões

De acordo com a pesquisa, 11,8% dos empresários ouvidos demitiram algum funcionário nos três meses anteriores à pesquisa. Os motivos mais alegados para as demissões foram a necessidade de redução da folha de pagamento (44,8%), a mão de obra ociosa devido à diminuição nas atividades da empresa (24,9%) e o fato de estarem insatisfeitos com o desempenho profissional da pessoa demitida (22,2%).

 

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